A Comissão Internacional de Peritos em Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) para a Etiópia se disse “indignada” com a retomada dos confrontos entre o governo central e a TPLF (Frente de Libertação do Povo Tigré).
A declaração publicada nesta segunda-feira (29), em Genebra, enfatiza a preocupação com os ataques aéreos em Mekelle, no nordeste do país. Na sexta-feira (26), quatro pessoas morreram, incluindo dois menores que estavam em um parque infantil.
Os integrantes da comissão são o queniano Kaari Betty Murungi, o norte-americano Steven Ratner e a cingalesa Radhika Coomaraswamy. No início de agosto, eles estiveram no terreno e se encontraram com representantes do governo, sociedade civil, diplomatas e integrantes das Nações Unidas em território etíope.
De acordo com agências de notícias, as crianças brincavam no local quando foram atingidas. Momentos depois, o Unicef (Fundo da ONU para a Infância) pediu o fim dos ataques, ressaltando que “mais uma vez, uma escalada de violência no norte da Etiópia fez com que as crianças pagassem o preço mais alto”.
A diretora executiva do Unicef, Catherine Russel, disse que há quase dois anos as crianças da região e suas famílias sofrem a “agonia desse conflito“.
A forma como os menores perderam a vida levanta a maior preocupação dos especialistas da comissão criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. A estimativa é de que outras nove vítimas tenham ficado feridas nos ataques.
O grupo internacional ressalta que estes combates aumentam a dificuldade das pessoas na região e apresentam um risco de escalada. De acordo com o comunicado, também houve relatos de mortes de civis em outro conflito, numa ofensiva realizada em Kobo, na região de Amhara.
Os especialistas fazem um apelo aos envolvidos para que cessem imediatamente os confrontos e retornem ao processo de diálogo que foi aceito por cada um deles.
Outra exigência é para que ambos os lados tomem todas as medidas necessárias de imediato para permitir que as Nações Unidas e outras agências realizem a distribuição de assistência humanitária em Tigré.
O grupo ressalta que os temas de direitos humanos, saúde e bem-estar dos civis devem ser a prioridade máxima de todas as partes.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News