ONU: Conheça espécie nativa que produz o óleo de argan, ‘ouro líquido’ do Marrocos

O extrato das sementes de argan é considerado o mais raro do mundo e essencial ao desenvolvimento do Marrocos

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONUNews, da Organização das Nações Unidas

Uma árvore marroquina é aclamada por gerar renda, aumentar a resiliência e melhorar a adaptação ao clima atravessando as dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável. 

Pela primeira vez celebrado em10 de maio, o Dia Internacional de Argan foi o centro das reflexões em torno desta espécie nativa do sudoeste do Marrocos que é encontrada em vegetações áridas e semiáridas. 

Além da beleza desta espécie que também dá nome ao ecossistema florestal local, a importância do argan está presente em setores como conservação, investigação e desenvolvimento socioeconômico pelo uso florestal, agrícola e na pecuária. 

ONU: Conheça espécie nativa que produz o óleo de argan, 'ouro líquido' do Marrocos
Mulheres descascam as sementes de argan no Marrocos, data desconhecida (Foto: Reprodução/ONU News/Oliver Migliore)

Dos vários produtos do setor florestal, os animais usam a forragem. Para os humanos, as folhas e frutas são bastante apreciadas. As árvores também são usadas como lenha para cozinhar e aquecer. 

Em nível mundial, o óleo de argan está presente nas medicinas tradicional e complementar, além das indústrias culinária e cosmética. O estrato das sementes é considerado o mais raro do mundo e aclamado como “ouro líquido” do Marrocos.  

Através de setores como culinária e das indústrias de medicamentos e cosméticos o óleo previne doenças cardiovasculares e traz benefícios para a pele que são cientificamente reconhecidos.  

Produção sustentável 

As mulheres estão mais envolvidas na extração do óleo e esse conhecimento é transmitido de geração em geração. A produção sustentável move o empoderamento econômico e a inclusão financeira das comunidades locais, especialmente entre residentes em áreas rurais.  

O grupo é geralmente organizado em cooperativas que promovem a criação de oportunidades de emprego e são os motores da contribuição local para a segurança alimentar e na erradicação da pobreza. Por vários séculos, o argan foi um dos pilares das comunidades rurais indígenas de origem bérbere e árabe.   

O único sistema agro-florestal-pastoral baseado em argan usa apenas espécies adaptadas localmente e atividades pastoris dependendo da gestão tradicional da água fornecida pelo reservatório de água da chuva esculpido na rocha Matifiya. 

Mudança climática  

As Nações Unidas destacam ainda o papel do argan para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Além da conservação da biodiversidade, o cultivo secular das árvores combina a biodiversidade agrícola, os ecossistemas resistentes e valoriza o patrimônio cultural.  

Foi por essas razões que o argan obteve reconhecimento e proteção por várias entidades da ONU. A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) designou a área de produção como Reserva da Biosfera de Arganeraie.  

A mesma agência também inscreveu todo o conhecimento relativo à árvore na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade em 2014. 

Antes da proclamação da data pela Assembleia Geral em 2021, a FAO (Organização das Nações das Unidas para Alimentação e Agricultura) reconheceu o sistema agrossilvopastoril da área de Ait Souab no Marrocos como um Sistema de Patrimônio Agrícola de importância mundial. 

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