ONU e parceiros pedem intervenção urgente pelo fim da violência no Sudão do Sul

País está atolado em uma onda de violência que aumentou pouco depois de conquistar a independência do Sudão, em 2011

A missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS), juntamente com parceiros internacionais, pediu o fim imediato da crescente violência na área da Grande Pibor por jovens armados do Estado de Jonglei. Os noticiários dizem que pelo menos 57 morreram desde o início do domingo, com mais de uma dúzia de feridos.

A UNMISS, a missão da União Africana, o bloco regional IGAD, a chamada Troika (Estados Unidos, Reino Unido e Noruega), a União Europeia (UE) e o órgão que supervisiona o acordo de paz assinado pelas partes em conflito no Sudão do Sul (R-JMEC ) emitiram um comunicado conjunto na quarta-feira (28), se dizendo “gravemente preocupados com a escalada da violência em curso, perda de vidas e relatos de suposto uso de armamento pesado”.

Notícias citando uma autoridade local disseram que jovens da comunidade Nuer atacaram membros do grupo étnico Murle na Grande Pibor. A luta começou quando jovens armados atacaram a aldeia de Lanam, de acordo com o ministro da Informação regional. Ele disse aos meios de comunicação que houve mortes dos dois lados, com 17 membros da comunidade Murle entre os feridos.

O ministro da informação do Estado de Jonglei também condenou os combates e convocou os jovens combatentes do estado a encerrar imediatamente a violência e voltar para casa. Os dois funcionários estatais pediram a intervenção do governo central para acabar com a violência.

Missão da ONU no Sudão do Sul em 2019 (Foto: Unmiss)
Disputa pelo poder

O país mais jovem do mundo está atolado em uma onda de violência que aumentou pouco depois de conquistar a independência do Sudão, em 2011. O conflito opõe as forças do governo lideradas pelo presidente Salva Kiir e combatentes leais a seu rival Riek Machar.

A declaração da ONU e dos parceiros instou combatentes e apoiadores “a cessar imediatamente as hostilidades, exercer moderação e respeitar os direitos humanos”. Eles pediram aos líderes do Sudão do Sul “que intervenham urgentemente para interromper os combates e garantir a segurança dos civis, bem como o acesso humanitário desimpedido às pessoas afetadas pelos combates”.

Também foi enfatizada a necessidade de investigar e responsabilizar todos os perpetradores de violência, “incluindo aqueles que instigam e incitam a violência e os responsáveis pelo sequestro de mulheres e crianças”.

A declaração também encorajou fortemente os políticos nacionais e os líderes tradicionais a persuadir os jovens combatentes a interromper a violência e buscar “uma abordagem baseada no diálogo que se concentre em restaurar a calma e resolver pacificamente as causas profundas do conflito”.

Embora a responsabilidade primária de proteger os civis seja do governo nacional, a UNMISS e os parceiros internacionais reiteraram que estão prontos para fornecer todo o apoio necessário para proteger os civis nas áreas afetadas.

“A UNMISS está intensificando as patrulhas em pontos críticos de conflito e monitorando de perto a situação, observando que tais combates no passado levaram a perdas significativas de vidas e deslocamento de civis em larga escala”, diz o comunicado conjunto.

A declaração também observou que a “violência desnecessária” representava um sério risco para a paz e a estabilidade de todos os sudaneses do Sul e instou o Mecanismo de Monitoramento e Verificação dos Acordos de Cessar-fogo e Segurança Transitória a investigar, instando as partes em conflito a facilitar o acesso.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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