Os valores oferecidas pela Alemanha para reparação do genocídio dos grupos étnicos herero e nama ainda não são suficientes, disse o presidente da Namíbia, Hage Geingob, na terça (11).
Na última negociação, que já se prolonga por cinco anos, o chefe de Estado sugeriu que o governo germânico disponibilizasse fundos para auxiliar no desenvolvimento de sete regiões carentes do país, reportou a Bloomberg.
Ele também pediu uma revisão da oferta de 10 milhões de euros (R$ 63 milhões). O valor, no entanto, foi negado por Berlim – metrópole do sudoeste africano entre 1884 e 1915.

“Nunca falei com o lado namibiano sobre números específicos. A Alemanha quer assumir a sua responsabilidade política e moral pelos crimes, todo o resto é especulação”, disse o comissário especial das negociações, Ruprecht Polenz, à Deutsche Welle.
A Namíbia havia especificado anteriormente que a “oferta em cima da mesa” ainda não era aceitável como reparação. “Continua pendente”, disse Geingob, sem dar detalhes.
Today, I received a briefing from Amb. Zed Ngavirue on negotiations with Germany about Genocide, Apology and Reparations. Diplomacy is about compromise and I commend Amb. Ngavirue on progress regarding the task assigned to him. We remain resolute in completing this key mission. pic.twitter.com/UZzxsjsr8u
— Dr Hage G. Geingob (@hagegeingob) August 11, 2020
Em recessão desde 2016, a Namíbia busca uma resposta para progredir em áreas como abastecimento de água, eletrificação rural e educação.
Os alemães não preveem o pagamento de indenizações individuais, como exigem os representantes dos grupos étnicos.
Berlim comprometeu-se a pedir desculpas pelo massacre, considerado o primeiro do século 20. Estima-se que 65 mil hereros e 10 mil namas tenham sido mortos pelos soldados do imperador Guilherme II entre 1904 e 1908.