República Democrática do Congo decreta o fim do segundo surto de Ebola de 2021

Segundo surto deste ano da doença, que é endêmica no país, chegou ao fim após nenhum novo caso ter sido notificado ao final de 42 dias

O último surto de Ebola na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), que começou em outubro, está oficialmente encerrado. O anúncio foi feito pelas autoridades nacionais de saúde nesta quinta-feira (16). Este foi o 13º surto no país e ocorreu na mesma área do principal surto de 2018, que durou dois anos.

O segundo surto deste ano da doença, que é endêmica no país, chegou ao fim após nenhum novo caso ter sido notificado ao final de 42 dias, o equivalente a dois períodos de incubação desde a alta do último caso confirmado. No total, 11 casos, incluindo seis mortes, foram notificados desde que o primeiro caso foi confirmado em Beni, no início de outubro.

No total, mais de 1,8 mil pessoas foram vacinadas em uma campanha que começou apenas cinco dias depois que o primeiro caso foi detectado. O surto marca a primeira vez que a vacina ERVEBO, licenciada recentemente, foi usada no país.

Para a diretora regional para a África da OMS (Organização Mundial da Saúde), Matshidiso Moeti, “uma vigilância mais forte da doença, envolvimento da comunidade, vacinação direcionada e pronta resposta estão contribuindo para uma contenção mais eficaz do Ebola na região”.

Homem recebe vacina ao Ebola na capital da RD Congo, Kinshasa, em janeiro de 2020 (Foto: Banco Mundial/Vincent Tremeau)

A OMS enviou especialistas e suprimentos e contribuiu com fundos para ajudar a conter o surto. A resposta incluiu medidas como rastreamento de contato, testes, vigilância de doenças, bem como esforços de colaboração da comunidade.

A agência observa que “segurança imprevisível e às vezes volátil” dificultou a resposta em algumas localidades, com profissionais de saúde e incapazes de chegar a áreas inseguras para monitorar contatos ou administrar vacinas.

Com o fim do surto, as autoridades de saúde mantêm vigilância e estão prontas para responder rapidamente a qualquer surto. De acordo com a OMS, não é incomum que ocorram casos esporádicos após um grande surto.

Na verdade, os resultados do sequenciamento do genoma, conduzido pelo Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica do país, descobriram que o primeiro caso provavelmente foi residual do surto de Ebola de 2018–2020.

O país estabeleceu um Programa de Sobrevivente do Ebola, que atualmente inclui mais de 1,1 mil pessoas de surtos anteriores na província de Kivu do Norte. Dois sobreviventes do surto que acabou de terminar foram inscritos no programa. Pelos próximos 18 meses eles receberão check-ups mensais, que incluem avaliações médicas, suporte psicológico e nutricional.

Exploração sexual

A prevenção do abuso e da exploração sexual durante o surto foi um pilar fundamental da resposta, disse a OMS. Um especialista foi destacado para treinar o pessoal e os parceiros da OMS, e todas as pessoas no trabalho de campo receberam treinamento. Cada agência parceira foi obrigada a assinar um código de conduta para evitar a exploração.

Os treinadores trabalharam diretamente com os membros da comunidade para aumentar a conscientização sobre a exploração e o abuso sexual e como denunciá-los com segurança. Anúncios de rádio e panfletos nas línguas locais também ajudaram a espalhar a mensagem de tolerância zero.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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