Sem combustível, OMS não consegue distribuir suprimentos de saúde na região de Tigré

Carga inclui equipamentos médicos essenciais, de proteção individual, antibióticos, medicamentos diversos e outros itens

A OMS (Organização Mundial de Saúde) foi autorizada a entregar suprimentos médicos na região de Tigré, na Etiópia, pela primeira vez desde julho de 2021. O problema é que não há combustível para fazer a distribuição aos centros de saúde.

Os suprimentos, que estão armazenados até que possam ser distribuídos, incluem equipamentos médicos essenciais, equipamentos de proteção individual, antibióticos, medicamentos para malária e diabetes, incluindo insulina, tratamento para desnutrição aguda grave e medicamentos e suprimentos para saúde reprodutiva.

O PMA (Programa Mundial de Alimentos) começou o transporte de avião para Mekelle, em Tigré, em 11 de fevereiro. Porém, o O combustível para operações humanitárias não é permitido em Tigré desde agosto de 2021, exceto dois caminhões do PMA em novembro. Assim, os produtos ficam estacionados à espera de transporte.

Refugiados e vítimas da violência nos conflitos de Tigré aguardam atendimento médico em alojamento humanitário em fevereiro de 2021 (Foto: Unicef/Zerihun Sewunet)

A falta de combustível, dinheiro e suprimentos fez com que as operações humanitárias em Tigré fossem reduzidas ou suspensas completamente, conforme destacado na atualização humanitária do OCHA (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários) para o norte da Etiópia na semana passada.

As remessas da OMS, que fazem parte de 33,5 toneladas métricas de entregas planejadas, ainda representam uma pequena parte do que é necessário. Sem acesso a suprimentos, os profissionais de saúde estão tentando continuar a fornecer serviços de saúde quase sem medicamentos ou equipamentos funcionais.

As taxas de desnutrição entre crianças e mulheres grávidas e lactantes em Tigré, bem como nas regiões vizinhas de Amhara e Afar, permanecem alarmantemente altas. Por exemplo, campanhas de triagem nutricional realizadas nos últimos meses descobriram que 71% das mulheres grávidas e lactantes em Tigré estavam gravemente desnutridas. O número em Afar era de 45%, e em Amhara, de 14%.

O acesso foi relativamente mais fácil nas regiões de Amhara e Afar, com a OMS enviando 84 toneladas métricas de suprimentos no final de dezembro de 2021. A OMS planeja enviar 15 a 20 toneladas métricas adicionais para Afar para atender às necessidades de saúde das pessoas recentemente deslocadas como resultado da os combates em curso na fronteira Tigray-Afar.

A OMS pede novamente acesso irrestrito para fornecer ajuda humanitária em Tigray. Apelamos para que o combustível seja permitido em Tigray com urgência, com o apoio das autoridades nacionais e parceiros internacionais, para que a OMS e os parceiros possam atender às necessidades humanitárias de todos os etíopes.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pelo site da OMS

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