Dez soldados egípcios desarmados, membros da missão da ONU (Organização das Nações Unidas) na República Centro-Africana (RCA), a Minusca, foram baleados e feridos na segunda-feira (1), nos arredores de Bangui, a capital nacional. De acordo com ao órgão, os capacetes azuis faziam parte da Unidade de Polícia Constituinte do Egito e foram baleados por elementos da guarda presidencial local. Dois ficaram gravemente feridos.
Os soldados chegaram no dia 1º de novembro ao Aeroporto Internacional de M’Poko, como parte do rodízio periódico e da implantação de tropas no país. Eles se dirigiam para a base quando sofreram forte fogo da guarda presidencial, informou um comunicado divulgado pelo missão.
De acordo com a Minusca, isso aconteceu “sem qualquer aviso ou resposta prévia, embora estivessem desarmados”. A missão acrescentou que “condena veementemente o que parece ser um ataque deliberado e injustificável”.
Em sua tentativa de se retirar da área, localizada a cerca de 120 metros da residência presidencial, o ônibus da Unidade de Polícia Constituinte do Egito acidentalmente atingiu e matou uma mulher que passava, segundo o comunicado.
A liderança da Minusca e o governo da RCA imediatamente abriram uma investigação sobre o incidente, incluindo a análise do evento de acordo com as obrigações legais descritas no Acordo de Status de Forças.
Por que isso importa?
A Minusca foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU em 2014, para fornecer segurança, ajuda humanitária, direitos humanos e apoio político ao país, após anos de agitação civil. Cerca de 157 soldados da paz perderam a vida no cumprimento do dever.
Em 2013, a RCA foi engolfada pela violência intercomunitária liderada principalmente pela milícia anti-balaka cristã e uma coalizão principalmente muçulmana, conhecida como Séléka.
No mês passado, um cessar-fogo unilateral foi declarado pelo presidente Faustin Archange Touadéra. Embora grande parte do país continue sob o controle de grupos armados, medidas positivas estão sendo tomadas para fortalecer a democracia e a estabilidade, de acordo com o chefe da MINUSCA, Mankeur Ndiaye, em entrevista ao Conselho de Segurança em outubro.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News