Ataques contra forças dos EUA no Oriente Médio deixaram 24 feridos na semana passada

Pentágono divulgou os números após alertar os militares norte-americanos para o risco aumentado de hostilidades na região

Nos últimos dias, o Pentágono vem alertando os militares norte-americanos estacionados no Oriente Médio para o risco aumentado de ataques inimigos, conforme se espalha a tensão oriunda do conflito entre Israel e Hamas. Números divulgados na quarta-feira (25) pela rede Fox News mostram que o risco é real, com 14 ataques registrados na semana passada.

Segundo o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, brigadeiro-general Patrick Ryder ocorreram 11 ataques contra posições norte-americanas no Iraque entre 17 e 24 de outubro, enquanto as tropas na Síria foram alvo de três atos hostis.

O balanço feito pela autoridade militar vai além do que foi divulgado anteriormente pelo Comando Central (CENTCOM, na sigla em inglês) das forças armadas, que reportou oficialmente oito ataques.

Forças armadas norte-americanas em ação na Síria, novembro de 2019 (Foto: The National Guard/Flickr)

A ação com maior poder de dano teve como alvo a base aérea de al-Asad, no Iraque, e ocorreu na terça-feira (24). Um míssil disparado por rebeldes foi interceptado antes do impacto, impedindo assim que houvesse vítimas.

Entretanto, o mesmo local havia sido alvo de dois drones em 18 de agosto, sendo que um deles foi interceptado e outro sofreu danos antes do impacto. Ainda assim, quatro pessoas se feriram, segundo o porta-voz, e pequenas avarias nas instalações foram registradas.

“Os sistemas de alerta precoce indicaram uma possível ameaça se aproximando da base aérea de al-Assad, e o pessoal da base se abrigou no local como medida de proteção, embora nenhum ataque tenha ocorrido”, disse Ryder na semana passada. “Infelizmente, um empreiteiro civil dos EUA sofreu um episódio cardíaco enquanto se abrigava e faleceu pouco depois.”

Influência iraniana

O Pentágono argumenta que o aumento da atividade de grupos armados na região está ligado à ação do governo do Irã, que estaria estimulando milícias aliadas a agirem conta as forças de Washington.

De acordo com a rede CNN, Jorhn Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que há uma “uma ligação muito direta entre estes grupos” e a Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), instituição militar oficial do Irã.

“Sabemos que o Irã está monitorando de perto estes acontecimentos e, em alguns casos, facilitando ativamente estes ataques e estimulando outros que possam querer explorar o conflito para o seu próprio bem, ou para o do Irã”, disse Kirby, segundo a agência Reuters. “Estamos profundamente preocupados com o potencial de qualquer escalada significativa destes ataques nos próximos dias.”

Para minimizar os riscos, os militares adotaram algumas medidas preventivas. Entre elas, o aumento das patrulhas, a restrição de acesso às instalações usadas pelas forças norte-americanas e a intensificação das missões de coleta de informações através de drones e outros meios.

“Com o aumento no número de ataques e tentativas de ataques a locais militares dos EUA, a revisão contínua das nossas medidas de proteção da força é crítica”, disse o general Michael Kurilla, chefe do CENTCOM.

Atualmente, os Estados Unidos mantêm cerca de 2,5 mil militares no Iraque e 900 na Síria. Devido ao aumento da tensão proveniente do conflito Hamas-Israel, o presidente Joe Biden deslocou dois porta-aviões e cerca de dois mil fuzileiros navais para o Golfo Pérsico.

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