Irã diz que general da Guarda Revolucionária foi morto durante ‘missão’ na Síria

Teerã é parte ativa na guerra civil da Síria, dando suporte às forças do presidente Bashar Al-Assad junto da Rússia

O governo do Irã anunciou que um general de sua Guarda Revolucionária (IRGC, na sigla em inglês), a elite das forças armadas do país, foi morto na Síria. A informação foi divulgada pela imprensa estatal iraniana, nesta terça-feira (24), e reproduzida pelo site The Defense Post.

“O general Abolfazl Alijani, um membro das forças terrestres da IRGC que estava em uma missão na Síria como conselheiro militar, foi martirizado no domingo”, disse a emissora estatal em seu site.

Alijani foi descrito pela mídia estatal como “defensor do santuário”, expressão normalmente usada para se referir a militares ou combatentes de milícias apoiadas pelo governo que operam na Síria ou no Iraque. Não foram informadas as condições em que o oficial morreu.

A morte do oficial levantou questionamentos quanto ao possível envolvimento de Israel, que realizou diversos bombardeios na Síria neste mês. De acordo com o jornal Times of Israel, entretanto, o ataque mais recente ocorreu uma semana antes da suposta data da morte de Alijani.

General Abolfazl Alijani, da Guarda Revolucionária do Irã (Foto: reprodução/Twitter)
Por que isso importa?

Teerã é parte ativa na guerra civil da Síria, que já dura mais de 11 anos. O conflito opõe Rússia e Irã, aliados do presidente Bashar Al-Assad, à Turquia, que apoia os rebeldes do Exército Livre da Síria (ELS) na luta contra o governo.

Na guerra civil, a oposição apoiada pelos turcos e por líderes ocidentais exige a queda de Assad, a quem acusa de crimes contra a humanidade. Apoiadores de Assad, por outro lado, criticam o que consideram uma interferência de Washington com o intuito de derrubar o presidente.

Após sofrer duras perdas no início do conflito, Assad conseguiu reconquistar território graças à ajuda de seus aliados. A última região com forte presença da oposição armada inclui áreas da província de Idlib e partes das províncias vizinhas de Aleppo, Hama e Latakia.

Em 2020 foi estabelecida uma trégua intermediada por Rússia e Turquia. Ela inclui os rebeldes e as forças do governo, enquanto grupos extremistas como o EI não fazem parte do pacto.

Apesar da trégua, ataques esporádicos continuam a ocorrer, inclusive com operações militares aéreas lideradas por Moscou. Nesse período, Ancara conseguiu consolidar sua influência no norte da Síria, o que ajudou a evitar uma nova etapa de combates e controlou o fluxo de refugiados.

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