Uma cidadã russa foi detida nos Estados Unidos sob suspeita de vínculos com o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia e por fornecer informações falsas ao FBI, a polícia federal norte-americana. Segundo documentos apresentados em uma corte de Nova York, Nomma Zarubina teria sido recrutada pela inteligência russa em 2020, operando sob o codinome “Alyssa”. As informações são da rede Radio Free Europe (RFE).
O FBI alega que ela participou de fóruns e eventos nos EUA e na Europa, criando uma rede de contatos com jornalistas e especialistas para atender às demandas do FSB. Em 2021, durante uma investigação, Zarubina negou envolvimento com agentes russos, mas evidências apontam o contrário.
“Eu pensei que tínhamos uma boa relação; eu os estava ajudando. Não esperava que usassem minhas informações contra mim”, disse ela sobre sua cooperação com o FBI.

Zarubina também foi associada a Elena Branson, outra suspeita de espionagem, acusada em 2022 de realizar atividades ilegais para o governo russo.
Apesar de negar ser uma agente do FSB, Zarubina admite que foi abordada por autoridades russas em 2020 e monitorada desde então. Segundo ela, as pressões de Moscou foram constantes, mas afirma que decidiu cooperar com o FBI em 2021, compartilhando informações, inclusive sobre a Ucrânia.
Sua prisão reacendeu o debate sobre as operações de espionagem russa em território americano. “Esse caso ilustra como os limites entre cooperação e subversão são frequentemente borrados em situações como essa”, afirmou um especialista em segurança internacional.
Zarubina foi liberada sob fiança de US$ 25 mil, com restrições rigorosas, como a proibição de deixar Nova York ou contatar autoridades russas. O desfecho do caso deve testar a capacidade do sistema judicial americano em lidar com atividades de inteligência estrangeira.