O governo norte-americano prepara medidas para vetar o uso de peças fabricadas na China e na Rússia em veículos autônomos. O Departamento do Comércio trata o caso como um questão de segurança nacional, sugerindo que os países poderiam usar a presença tecnológica nos automóveis em seu benefício em caso de conflito. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).
“Não se trata de comércio ou vantagem econômica”, disse a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo . “Esta é uma ação estritamente de segurança nacional. A boa notícia é que, no momento, não temos muitos carros chineses ou russos em nossas ruas.”
A proposta de proibição abrange tanto software quanto hardware produzidos por chineses e russos. Tais itens seriam vetados em veículos produzidos dentro do território norte-americano e também nos importados.
“Os carros hoje têm câmeras, microfones, rastreamento GPS e outras tecnologias conectadas à internet”, declarou a secretária. “Não é preciso muita imaginação para entender como um adversário estrangeiro com acesso a essas informações pode representar um sério risco tanto à nossa segurança nacional quanto à privacidade dos cidadãos americanos.”
A perspectiva de veto foi questionada por Beijing. “A China se opõe à ampliação do conceito de segurança nacional pelos EUA e às ações discriminatórias tomadas contra empresas e produtos chineses”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
Em recente artigo publicado no site The Cipher Brief, o analista Glenn Chafetz afirmou que não é exagero imaginar os chineses eventualmente usando os veículos “para fins militares”. Sugeriu que as peças poderiam ajudar Beijing a orientar mísseis e bloquear radares nos EUA, ou mesmo que os chineses poderiam assumir o controle dos automóveis e usá-los em seu benefício em caso de guerra.
“Imaginar o que os carros fabricados na China podem fazer em solo americano — para um governo que não faz distinção entre as esferas econômica, política e militar — não é um exercício de fantasia, mas uma tarefa urgente de segurança nacional”, afirmou Chafetz no texto.