EUA deslocaram soldados e armas para o Alasca devido à presença russa, afirma militar

Cerca de 130 soldados, além de lançadores de foguetes, foram enviados como medida de precaução, mas já voltaram às bases de origem

As Forças Armadas norte-americanas tiveram que ampliar temporariamente seu contingente no Alasca durante os últimos dias devido à presença de aeronaves e embarcações russas na região. A informação, divulgada pela agência Associated Press (AP), partiu de um porta-voz militar, segundo quem os soldados destacados já retornaram às bases de origem.

Embora o espaço aéreo norte-americano não tenha sido violado, oito aviões militares, dois navios e dois submarinos russos foram identificados nas imediações do Alasca, onde antes havia ocorrido um exercício militar realizado por Moscou em parceria com a China.

O sargento de primeira classe Michael Sword, porta-voz da 11ª Divisão Aerotransportada, disse que a situação não chega a ser preocupante, reforçando o discurso cauteloso do Pentágono. Segundo ele, além dos cerca de 130 combatentes, lançadores de foguetes também haviam sido deslocados para uma ilha remota do Alasca como medida de precaução.

Militares dos EUA no Alasca, dezembro de 2019 (Foto: U.S. Indo-Pacific Command/Flickr)

A movimentação militar ocorre devido à proximidade entre territórios dos dois países. Embora as porções terrestres sejam separadas pelo Estreito de Bering, a menor distância entre Rússia e EUA é, teoricamente, de apenas 3,8 quilômetros. Trata-se da distância entre a ilha russa de Diomedes Maior e a ilha norte-americana de Diomedes Menor, esta perto do Alasca.

O espaço aéreo e as águas territoriais dos EUA se estendem por 12 milhas náuticas (aproximadamente 22 quilômetros) a partir da costa, enquanto a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) do Alasca, onde costumam surgir os jatos de Moscou, se estende por 150 milhas da costa (cerca de 277 quilômetros). A partir deste ponto, as aeronaves são obrigadas a se identificar.

Segundo Sword, os militares e o armamento foram implantados no Alasca no dia 12 de setembro, após o Comando de Defesa Aeroespacial Norte-Americano (Norad), que engloba também as forças do Canadá, identificar os aviões russos operando na área, com jatos avistados entre 11 e 15 deste mês.

Já os submarinos e navios russos chegaram a cruzar a fronteira marítima para águas dos EUA a fim de evitar choque com gelo marinho, o que é permitido sob regras e costumes internacionais.

“É uma ótima oportunidade de nos testarmos em condições do mundo real e é outro benefício de estarmos alocados em um lugar como o Alasca”, disse o porta-voz, que tratou a situação como um exercício militar de prontidão.

A presença russa, embora desta vez tenha levado a uma reação incomum, não chega a ser novidade. O Norad diz que em média identifica entre seis e sete jatos russos por ano na região, mas a presença deles se intensificou ultimamente. Em julho, bombardeiros chineses foram avistados junto das aeronaves russas, fruto das manobras militares coordenadas pelos dois países em parceria.

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