EUA e China realizam troca de prisioneiros

Dois dos três norte-americanos libertados estavam na lista do Departamento de Estado dos EUA de pessoas detidas ilegalmente na China

Após intensas negociações conduzidas pelo governo Biden, três cidadãos americanos detidos na China foram libertados em troca de três chineses presos nos Estados Unidos. A troca, anunciada na quarta-feira (27), representa um capítulo importante na sensível diplomacia entre Washington e Beijing. As informações são da BBC.

Entre os libertados norte-americanos está Mark Swidan, de 48 anos, um artista e empresário texano que passou 12 anos preso sob a acusação de tráfico de drogas e foi condenado à pena de morte em 2019.

Além dele, Kai Li, de 60, e John Leung, de 78, já estão a caminho dos EUA, onde se reunirão com suas famílias após anos de separação. Ambos enfrentavam sentenças por acusações de espionagem.

De acordo com o site Politico, a libertação de Leung foi a mais inesperada entre as três, pois o empresário não constava na lista do Departamento de Estado. Ex-co-proprietário de uma empresa no Texas e residente permanente em Hong Kong, foi preso em 2021 e condenado à prisão perpétua em 2023 por espionagem. A CNN informou que ele liderou grupos pró-China nos EUA, incluindo um que apoiava a política de Beijing sobre Taiwan.

Os presidentes da China, Xi Jinping (esquerda), e dos EUA, Joe Biden, na Indonésia, em 2022 (Foto: Casa Branca/picryl.com)

Do lado chinês, os prisioneiros libertados incluíram figuras como Xu Yanjun, um oficial de inteligência condenado nos EUA em 2021 por tentativa de espionagem industrial. A China celebrou o retorno de seus cidadãos como uma vitória contra o que chama de “repressão política” dos Estados Unidos.

A troca foi resultado de meses de articulação. A questão foi diretamente abordada pelo presidente Joe Biden com Xi Jinping durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) no Peru e discutida por Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional, em visitas recentes à China.

“Graças aos esforços da administração Biden, todos os americanos detidos injustamente na China estão de volta ao país”, afirmou um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (NSC, da sigla em inglês). A libertação soma-se a outros esforços bem-sucedidos, como o retorno de mais de 70 americanos detidos em países como Rússia e Irã durante o mandato de Biden.

Autoridades chinesas também comemoraram o desfecho. Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, ressaltou que os cidadãos chineses estavam detidos “injustamente” e agora retornam ao país com segurança.

O movimento coincide com a redução do alerta de viagens dos EUA para a China, que passou de “alto risco” para “tenha mais cautela”, refletindo um clima de cooperação moderada.

Essa troca simboliza uma janela de diálogo em meio a tensões que envolvem disputas comerciais, tecnológicas e de segurança entre as duas potências. Observadores indicam que a ação também pode abrir espaço para novos entendimentos bilaterais, especialmente em questões de interesse mútuo, como mudanças climáticas e estabilização econômica global.

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