Após o aumento das tensões no Oriente Médio, marcado por um fim de semana de ataques retaliatórios contra posições inimigas no Iraque e na Síria, tendo na mira milícias apoiadas pelo Irã, Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, não descartou novas ofensivas militares norte-americanas, dessa vez contra o território iraniano. As informações foram reproduzidas pelo site Politico.
Em entrevista no programa This Week, da rede ABC, Sullivan afirmou que os EUA manterão ações militares na região em resposta ao recente ataque contra tropas norte-americanas na Jordânia, que fez vítimas fatais. Ele destacou que uma resposta “rápida e contundente” contra o Irã também será aplicada em caso de ação direta de Teerã.
A declaração ocorre após três soldados dos EUA serem mortos e outros 40 ficarem feridos em um ataque de drone na base Tower 22, na Jordânia, em 27 de janeiro. A responsabilidade foi atribuída à Resistência Islâmica no Iraque, um grupo guarda-chuva que abrange diversas facções armadas xiitas linha dura, com apoio do Irã. Teerã tentou se desvincular do episódio, alegando que as milícias agem de forma independente e “não seguem suas ordens”.
Os bombardeios contra militantes iranianos no Iraque e na Síria foram iniciados na última sexta-feira (2), seguidos por outra rodada de ataques aéreos e com mísseis pelas forças dos EUA e britânicas contra os rebeldes Houthis no Iêmen no dia seguinte.
“Apenas o início”
Questionado pela rede Fox News se estão sendo considerados ataques dentro do Irã, John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, afirmou que o que ocorreu na sexta-feira foi apenas o início. Ele mencionou que haverá mais ações de resposta contra o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês) e grupos apoiados por ela.
Kirby destacou que, em resposta aos ataques recentes, a Casa Branca “aumentou a agressividade” direcionada ao IRGC. Ele enfatizou que os eventos do fim de semana não representam o fim das ações planejadas. “Haverá mais”, disse.
Sullivan, por sua vez, disse que Biden não está procurando uma guerra mais extensa, ao ser questionado sobre possíveis ataques no Irã. O conselheiro de Segurança Nacional projetou uma resposta sempre que houver novos ataques contra forças norte-americanas, mas rejeitou a ideia de uma campanha militar ininterrupta, segundo a agência Associated Press.
Ele também relatou a intenção de Washington de conduzir mais ataques e implementar medidas adicionais para demonstrar que reagirá a ataques contra suas tropas ou cidadãos. E ressaltou que essas ações “podem ou não ser visíveis”.