EUA atribuem ataque que matou três soldados a grupo do Iraque apoiado pelo Irã

Ataque coordenado pelo grupo Resistência Islâmica no Iraque resultou na morte de três soldados norte-americanos. Washington fala em retaliação

Os Estados Unidos responsabilizaram a Resistência Islâmica no Iraque pelo ataque com drone no último domingo (28), que resultou na morte de três de seus soldados e feriu pelo menos outros 40 em uma base militar na Jordânia. O grupo guarda-chuva abrange diversas facções armadas xiitas linha dura, com apoio do Irã. O presidente Joe Biden está avaliando as opções de resposta ao ataque, conforme reportagem da agência Associated Press.

“Acreditamos que o ataque na Jordânia foi planejado, financiado e facilitado por um grupo guarda-chuva chamado Resistência Islâmica no Iraque, que inclui vários grupos, incluindo o Kataib Hezbollah“, afirmou nesta quarta-feira (31) John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

Kirby acrescentou que o chefe da Casa Branca está considerando opções de retaliação, e ressaltou que a resposta “não será a última”, sinalizando que o país responderá de maneira adequada e continuada.

Soldados norte-americanos durante operação contra o grupo Resistência Islâmica na cidade de Fallujah, no Iraque (Foto: WikiCommons)

O ataque foi o mais sério entre vários que visaram as forças dos EUA no Oriente Médio desde o ataque de 7 de outubro do Hamas a Israel. O episódio também representa a primeira vez que tropas norte-americanas morrem sob fogo direto na região desde a ofensiva mencionada.

Kirby rejeitou uma declaração do Kata’ib Hezbollah que anunciou a suspensão das operações contra as forças de ocupação para “evitar constrangimentos ao governo iraquiano”. Ele destacou que o grupo, enquadrado na lista de terrorismo dos EUA desde 2009, não pode ser levado ao pé da letra, acrescentando que “não são os únicos a nos atacar”.

Enquanto isso, Biden participará do retorno solene dos militares mortos no ataque na base de Dover, no estado de Delaware, na sexta-feira (2), conforme anunciado pela Casa Branca.

Os militares falecidos foram identificados como sargento William Rivers, 46 anos, de Carrollton, Geórgia; sargento Kennedy Sanders, 24 anos, de Waycross, Geórgia; e sargento Breonna Moffett, 23 anos, de Savannah, Geórgia. Sanders e Moffett foram promovidos postumamente de especialista para sargento, conforme anunciado pelo exército norte-americano.

O Centom (Comando Central, na sigla em inglês) das Forças Armadas norte-americanas, informou que há atualmente cerca de 350 militares estacionados na base atingida pelos drones. Eles “realizam uma série de funções de apoio importantes, incluindo apoio à coligação para a derrota duradoura do EI (Estado Islâmico).”

Barril de pólvora

Possíveis novos ataques dos Estados Unidos podem agravar a tensão em uma região já tumultuada pela guerra em curso de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. O conflito teve início com um ataque do grupo terrorista ao Estado judeu em 7 de outubro, resultando em cerca de 1,2 mil mortes e cerca de 250 reféns. Desde então, os ataques israelenses mataram mais de 26 mil palestinos e deslocaram quase 2 milhões de pessoas, gerando revolta no mundo muçulmano.

A violência se espalhou pelo Oriente Médio, com o Irã atacando alvos no Iraque, Paquistão e Síria, e os Estados Unidos realizando ataques aéreos contra os rebeldes Houthis do Iêmen devido aos seus ataques a navios no Mar Vermelho.

Observadores temem que uma nova rodada de ataques contra Teerã possa desencadear uma guerra mais ampla na região.

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