O governo dos EUA abriu uma ação judicial contra cinco cidadãos russos e dois norte-americanos por “conspiração e outras acusações relacionadas a um esquema global de compras e lavagem de dinheiro em nome do governo russo”. O objetivo final, segundo o Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês), era “obter tecnologias de nível militar e de uso duplo de empresas americanas para o setor de defesa da Rússia e contrabandear munição de rifles de precisão”.

Em comunicado divulgado na terça-feira (13), Washington afirma que os sete acusados “compraram e exportaram ilegalmente componentes eletrônicos altamente sensíveis e altamente regulamentados, alguns dos quais podem ser usados ​​no desenvolvimento de armas nucleares e hipersônicas, computação quântica e outras aplicações militares“.

Os réus tinham ligação com duas empresas de Moscou que, segundo o DoJ, servem aos interesses da inteligência russa, de forma a alimentar as forças armadas do país com equipamento para fins militares. Ocorre que itens dessa natureza, bem como as companhias citadas, estão inseridos nas sanções impostas pelo Tesouro norte-americano à indústria russa em função da agressão à Ucrânia.

“Conforme alegado, os réus perpetraram uma sofisticada rede de aquisição que obteve ilegalmente tecnologia sensível dos EUA para facilitar a máquina de guerra russa”, disse Breon Peace, procurador dos EUA para o Distrito Leste de Nova York.

Um dos acusados, Vadim Konoshchenok, é suspeito de trabalhar para a FSB (Agência de segurança Federal), herdeira da antiga KGB russa. Ele contrabandearia itens de origem americana da Estônia para a Rússia, incluindo eletrônicos de uso duplo, munição tática de nível militar e outros itens controlados para exportação. Foi detido com o material quando tentava cruzar a fronteira estoniana.

“Os poderosos controles de exportação que implementamos foram bem-sucedidos em isolar a Rússia da economia global”, afirmou o secretário adjunto de comércio para fiscalização de exportação, Matthew S. Axelrod. “As ações de hoje demonstram nossa vigilância em descobrir táticas russas para adquirir ilicitamente os itens de que precisam para manter sua guerra brutal”.

 Merrick B. Garland, procurador-geral dos EUA, disse que apenas três dos sete réus já estão sob custódia, enquanto os outros quatro, todos russos, continuam livres. Se condenados, eles podem pegar até 30 anos de prisão.