Fuzileiros navais norte-americanos passarão a ter autorização para deter civis que interfiram em operações de agentes federais ou em ações de imigração nos EUA. A medida, anunciada na quarta-feira (11), prevê o envio de 700 militares às ruas de Los Angeles nos próximos dois dias, em meio a uma onda nacional de protestos contra deportações em massa. As informações são da agência Reuters.
A decisão foi tomada pelo presidente Donald Trump, que ordenou a presença dos militares mesmo diante da oposição do governador da Califórnia, Gavin Newsom. O estado entrou com uma ação judicial contra o governo federal, argumentando que os critérios legais para a mobilização de tropas não foram cumpridos. Uma audiência sobre o caso está marcada para esta quinta-feira (12) em um tribunal federal de San Francisco.
“O presidente Trump prometeu realizar a maior campanha de deportações em massa da história dos Estados Unidos, e os protestos da esquerda não impedirão esse esforço”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Segundo o Comando Norte das Forças Armadas dos EUA, os militares não realizarão policiamento civil, mas terão autorização para “deter temporariamente um indivíduo em circunstâncias específicas, como impedir um ataque, evitar danos a terceiros ou impedir interferência com agentes federais no exercício de suas funções”. A medida abrange inclusive protestos pacíficos que acabem por confrontar autoridades da imigração.
O Departamento de Segurança Interna afirmou que os fuzileiros poderão atuar diretamente em apoio à agência do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês). “Se qualquer manifestante atacar agentes da imigração, os militares têm autoridade para detê-los temporariamente até que as forças de segurança realizem a prisão”, disse a porta-voz Tricia McLaughlin.
Em meio às tensões, a cidade de Los Angeles enfrenta seu sexto dia de manifestações. Os protestos começaram após uma série de operações do ICE contra imigrantes, e vêm se espalhando por outras cidades como Nova York, Atlanta, Chicago, Las Vegas e Filadélfia.