Irã se une a Rússia e China para exercícios navais após ataques dos EUA aos Houthis

Comandante da Marinha iraniana diz que o objetivo das manobras é 'proteger a segurança da região e os interesses compartilhados'

O Irã anunciou na segunda-feira (5) que fará exercícios navais com a Rússia e a China até o final do ano. A decisão vem em meio a crescentes tensões na região devido a ataques dos rebeldes Houthis, do Iêmen, a navios comerciais no Mar Vermelho, e na esteira de ofensivas dos EUA a milícias aliadas a Teerã no Iraque e na Síria.

Segundo informações do jornal Washington Times, outros países também foram convidados a participar dos exercícios. O objetivo alegado é “proteger a segurança da região e os interesses comuns”, disse o comandante da Marinha do Irã, Shahram Irani, de acordo com a mídia estatal da República Islâmica.

Não chega a ser novidade. Em março de 2023, navios de guerra de Moscou, Beijing e Teerã participaram de um exercício naval conjunto chamado “Security Bond 2023” no Mar de Omã.

IRIS Makran, o maior navio de guerra da frota naval iraniana (Foto: WikiCommons)

O anúncio vem após os EUA realizarem um ataque contra um local onde estão posicionados mísseis Houthi no Iêmen, que representa uma ameaça aos navios norte-americanos e mercantes na região. Os insurgentes, que têm laços históricos com o Irã, lançaram os ataques em solidariedade às forças palestinas do Hamas, que lutam contra Israel na Faixa de Gaza.

Como resultado das ofensivas, o frete ficou mais caro, gerando a expectativa de que a economia global seja afetada. Pela região passa cerca de 15% do comércio global. O grupo iemenita se absteve de atacar navios da China e Rússia, aliados de Teerã, desde que não tenham conexões com o Estado judeu. 

Em comunicado, o Comando Central dos EUA disse que as ações visam “garantir a liberdade de navegação e a segurança dos navios da Marinha norte-americana e dos navios mercantes”.

Do outro lado, as autoridades iranianas criticaram os ataques contra às forças Houthis, considerando-os uma “violação da integridade territorial do Iêmen e do direito internacional”.

Nasser Kanaani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, acusou os EUA e o Reino Unido de alimentarem o caos para beneficiar Israel, chamando-o de “regime sionista criminoso”. Ele também destacou a importância de responsabilizar ambas as nações pela comunidade internacional.

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