Mulher vítima de atentado a pizzaria em Jerusalém morre após 22 anos em coma

Chana Nachenberg faleceu aos 52 anos após permanecer mais de duas décadas em estado vegetativo, tornando-se a 16ª vítima fatal

Em 9 de agosto de 2001, um atentado suicida na pizzaria Sbarro, localizada no centro de Jerusalém, deixou marcas profundas em muitas famílias. O ataque foi realizado por um homem-bomba palestino ligado ao grupo extremista Hamas, que detonou um explosivo no local durante o horário de almoço.

Entre as vítimas estava Chana Nachenberg, uma americana-israelense que permaneceu em estado vegetativo por 22 anos antes de falecer nesta quinta-feira (1º) no Hospital Ichilov em Tel Aviv, segundo informações da rede BBC News.

O incidente resultou na morte de outras 15 pessoas, incluindo sete crianças e uma mulher grávida, além de deixar mais de 130 feridos. Chana, que tinha 31 anos à época, é a terceira cidadã norte-americana a falecer em consequência do atentado.

Os Estados Unidos estão buscando a extradição pela Jordânia de Ahlam Tamimi, uma mulher condenada por Israel pelo seu envolvimento no ataque.

Placa em homenagem às vítimas do ataque terrorista no restaurante Sbarro, em Jerusalém (Foto: WikiCommons)

Ahlam, cidadã jordaniana que vivia na Cisjordânia ocupada na época, recebeu 16 sentenças de prisão perpétua de um tribunal israelense em 2003. Em 2011, ela foi libertada como parte de um acordo para a soltura de um soldado israelense mantido em cativeiro por militantes palestinos do Hamas em Gaza por mais de cinco anos.

Desde que foi libertada, Ahlam não demonstrou remorso e chegou a se orgulhar do alto número de vítimas no ataque.

Ao voltar para a Jordânia, ela foi recebida como uma heroína no Aeroporto Internacional Queen Alia em Amã. Desde então, tornou-se uma popular apresentadora de televisão e palestrante, orgulhando-se publicamente de seu envolvimento no ataque à pizzaria.

Durante seu tempo na prisão em Israel, ela conheceu o marido Nizar Tamimi, terrorista palestino condenado, e eles se casaram em uma cerimônia transmitida ao vivo pela televisão jordaniana. Em 2020, Nizar Tamimi foi deportado pela Jordânia para o Catar.

Ahlam foi acusada por Washington de conspirar para usar uma arma de destruição em massa contra cidadãos americanos. A acusação foi inicialmente arquivada sob sigilo em 2013 e tornada pública pelo Departamento de Justiça em 2017. Como resultado, o nome dela foi incluído na lista de terroristas mais procurados do FBI, a polícia federal dos EUA.

Embora os EUA e a Jordânia tenham um tratado de extradição em vigor desde 1995, a extradição de Ahlam foi bloqueada pelo tribunal superior da Jordânia em 2017, que alegou que o tratado não foi ratificado. No ano passado, a Interpol retirou o mandado internacional emitido contra ela.

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