O Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança quer que o Peru tome medidas imediatas para acabar com casos de violência contra menores que participaram de protestos no país.

Em comunicado, o grupo disse que a violência com casos de mortes, ferimentos e detenções arbitrárias deve ser investigada, e os direitos de expressão das crianças precisam ser garantidos.

O grupo se diz profundamente preocupado. Há relatos de que uma menina foi ferida nos olhos por causa do uso de força contra os manifestantes. O Comitê recebeu denúncias de que as crianças estavam sendo perseguidas em casas particulares onde foram se abrigar durante os protestos de rua.

As manifestações começaram após o presidente Pedro Castillo ter saído do poder em 7 de dezembro. Em todo o país, centenas de pessoas ficaram feridas. O Peru está agora num estado de emergência.

Várias escolas suspenderam as aulas na capital Lima e também em outras partes do país, como Ica, Cuzco, La Libertad, Arequipa e Apurimac.

Muitas crianças estão sendo expostas ao perigo e encontrando barreiras para acessar alimentos e serviços de saúde por causa dos fechamentos de ruas e estradas.

O Comitê da ONU pediu ao Peru que investigue os casos de violência, de forma independente, sobretudo as mortes de duas crianças e os casos de ferimentos de outras.

O grupo disse que o país sul-americano deve buscar o diálogo e assegurar que qualquer uso da força esteja em linha com os princípios fundamentais da legalidade, da necessidade e proporção. Outra recomendação é o cuidado em reuniões pacíficas das quais crianças participam e o respeito aos direitos de expressão dos menores.

Desde a saída de Castillo da presidência, o país está sendo liderado pela vice-presidente Dina Boluarte, empossada como chefe de Estado logo após a queda do antecessor. Segundo a mídia local, o ex-presidente foi preso e está sendo acusado de tentativa de golpe de Estado.

_{Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News}