Otan cita ‘grandes perdas’ da Rússia e diz que Kiev retomou 50% do território capturado

Secretário-geral reafirma apoio à Ucrânia e diz que país será membro da aliança militar tão logo a guerra chegue ao fim

Principal parceira da Ucrânia na guerra em curso contra a Rússia, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) manifestou otimismo ante aos mais recentes desdobramentos do conflito, destacando o sucesso de Kiev na reconquista de territórios que haviam sido capturados por Moscou desde o início das hostilidades.

O secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, falou antes do início de uma cúpula de dois dias que reunirá os ministros das Relações Exteriores dos países-membros em Bruxelas, na Bélgica. Segundo ele, Kiev está “infligindo grandes perdas à Rússia” e já recapturou 50% do território que Moscou havia tomado, assim “prevalecendo como uma nação soberana e independente.”

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (esq.), e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg (Foto: facebook.com/NATO)

Na mesma declaração, o chefe da Otan classificou os recentes resultados no campo como “uma grande vitória” para a Ucrânia, reforçando ainda que a aliança militar transatlântica manterá seu “apoio de longo prazo” ao país invadido.

As afirmações de Stoltenberg são compatíveis com a avaliação do Ministério da Defesa do Reino Unido, que em seu balanço periódico calculou que a Rússia vem perdendo em média 931 soldados por dia em novembro, entre mortos e feridos. Até então, o mês mais mortífero para as forças russas havia sido o de março deste ano, com 776 baixas diárias.

Embora tais números tenham sido fornecidos pelas Forças Armadas da Ucrânia e careçam de verificação independente, os serviços de inteligência britânicos avaliam que eles são “plausíveis”. E acrescenta que as últimas seis semanas registraram “algumas das mais altas taxas de baixas da guerra até aqui” por parte de Moscou.

Tais estatísticas podem ser explicadas, de acordo com o Ministério da Defesa, pela pesada ofensiva que vem sendo realizada pela Rússia na cidade de Avdiivka, na região parcialmente ocupada de Donetsk, leste da Ucrânia.

Do outro lado da balança, porém, a guerra também faz um grande estrago. Na semana passada, Kiev confirmou que o número de civis mortos em meio ao conflito já ultrapassa dez mil, com mais 18,5 mil feridos. Também foram registrados 113.522 supostos crimes de guerra cometidos pelas tropas russas, segundo dados atualizados pela última vez em 21 de novembro.

Ucrânia na Otan

Além de destacar as conquistas da Ucrânia, Stoltenberg voltou a dizer que aguarda a adesão do paí à Otan.Isso, porém, é inviável enquanto a guerra não tiver fim, pois o ingresso imediato forçaria a aliança a se inserir no conflito, como prevê seu artigo 5º.

Diz o texto que, se um aliado da Otan for vítima de um ataque armado, todos os outros membros considerarão tal ato como um ataque contra toda a aliança, tomando então as medidas que considerarem necessárias.

“Os aliados concordam que a Ucrânia se tornará membro da Otan. Na reunião chegaremos a um acordo sobre recomendações para as reformas prioritárias da Ucrânia, à medida que continuamos a apoiar Kiev no seu caminho para a adesão à Otan”, afirmou o secretário-geral, de acordo com o jornal The Guardian.

A fim de reforçar o compromisso dos membros com a Ucrânia, Stoltenberg afirmou ainda que Alemanha e Holanda se comprometeram a fornecer mais dez bilhões de euros em ajuda a Kiev, enquanto os EUA e a recém-aceita Finlândia enviarão mais munição de defesa antiaérea para conter os ataques russos.

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