Presidente de Honduras é alvo de nova investigação dos EUA por narcotráfico

Novos documentos apontam Juan Orlando Hernández e funcionários do alto escalão em rede de propina via tráfico

Promotores dos EUA voltaram a investigar o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, segundo a Reuters. Documentos judiciais aos quais a agência apontam uma nova acusação por uma suposta participação do presidente na rede de narcotráfico local.

Hernández foi citado na sexta (5), no julgamento de Geovanny Fuentes Ramírez, preso nos EUA. Produtor de cocaína, Ramirez mencionou o presidente em uma delação sobre recebimento de propina em 2013.

A acusação afirmou na audiência que o próprio Hernández seria alvo em outro processo, com funcionários de alto escalão. Os promotores não revelaram detalhes sobre a investigação.

Presidente de Honduras é alvo de nova investigação dos EUA por narcotráfico
O presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, em reunião multilateral em julho de 2016 (Foto: Inter-American Dialogue/Ben Raderstorf)

Na ação, o tribunal acusa o presidente de usar autoridades policiais e militares de Honduras para proteger traficantes. O objetivo, segundo os documentos, era “usar o tráfico de drogas para garantir poder e controle de Honduras”.

Em janeiro, promotores afirmaram que Hernández tinha aceito milhões de dólares de receitas do narcotráfico até 2013. Em troca, o político prometeu proteção aos criminosos e de uma possível extradição para os EUA.

Honduras dificulta investigação

Conforme os juristas, o governo hondurenho tem dificultado as investigações, fornece “registros limitados” e não atende aos pedidos de extradição de possíveis testemunhas contra o presidente.

Na segunda-feira (9), o governo de Honduras voltou a negar o envolvimento do presidente com o narcotráfico. “A versão de que presidente aceitou dinheiro de drogas [de Ramírez], ou deu proteção a traficantes é 100% falsa”, disse a conta da Presidência no Twitter.

Na delação, os promotores não mencionam Hernández pelo nome, mas pelo código “CC-4” – ou co-conspirador número quatro. As denúncias datam de 2013, quando o hoje presidente era o líder do Congresso.

O dinheiro teria como destino a campanha eleitoral do hoje presidente, disse o delator. Hernández venceu as eleições em 2014 e foi reeleito em 2017 sob diversas acusações de fraude.

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