Sabotagem do Nord Stream “não foi nossa atividade”, diz ministro da Defesa da Ucrânia

Inteligência dos EUA teria novas informações apontando para um grupo pró-Kiev, que assim causaria prejuízo financeiro a Moscou

A Ucrânia não esteve envolvida na sabotagem no ano passado do Nord Stream no Mar Báltico, disse o ministro da Defesa do país nesta quarta-feira (8). Em setembro do ano passado, explosões destruíram seções do gasoduto responsável por transportar gás natural russo para a Alemanha. Agora, surgiram informações de que um grupo pró-Kiev teria causado os danos, segundo o jornal The New York Times.

“Esta não é a nossa atividade”, disse em coletiva de imprensa em Estocolmo o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, antes de entrar em uma reunião com os ministros da Defesa da União Europeia (UE). A afirmação veio em resposta a uma reportagem publicada pelo veículo nova-iorquino na terça-feira (7) de que a inteligência dos Estados Unidos tem novas informações que apontam um “grupo pró-ucraniano” e anti-Kremlin como o responsável pela sabotagem.

Segundo a reportagem, as autoridades americanas não tinham evidências que relacionassem o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao bombardeio do oleoduto. O NYT não revelou a fonte governamental nem o grupo envolvido.

Gasoduto Nord Stream: foco de tensão entre Rússia e UE (Foto: Pjotr Mahhonin/Wikimedia Commons)

O ataque beneficiou a Ucrânia ao prejudicar severamente a capacidade da Rússia de faturar milhões de dólares com a venda de gás natural para a Europa Ocidental. Em contrapartida, fez disparar os preços da energia para os principais aliados de Kiev, em especial a Alemanha.

Na terça, o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak escreveu em sua conta no Twitter que “a Ucrânia não tem nada a ver com o acidente no Mar Báltico e não tem informações sobre ‘grupos de sabotagem pró-Ucrânia'”.

De acordo com a imprensa alemã, os investigadores locais acreditam que o grupo não identificado é composto por cinco homens e uma mulher com passaportes falsificados, que teriam alugado um barco que partiu do porto de Rostock, no norte da Alemanha.

Segundo os novos dados coletados pela inteligência dos EUA, os explosivos provavelmente foram colocados com a ajuda de mergulhadores experientes que não pareciam estar trabalhando para militares ou serviços de inteligência. Porém, não descarta que os perpetradores tenham recebido treinamento especializado do governo no passado.

À época do incidente, o Kremlin rejeitou com indignação as alegações de que a Rússia estaria por trás dos estragos da rede de tubulações no Mar Báltico. Na mesma época, Vladimir Putin também chamou a alegação de que Moscou usa a energia como arma de “um monte de bobagem”.

Em outubro do ano passado, o Ministério da Defesa russa acusou a marinha britânica de explodir os oleodutos. Londres rebateu a acusação, alegando ser a denúncia “falsa e destinada a desviar a atenção dos fracassos militares russos na Ucrânia”.

Autoridades alemãs, suecas e dinamarquesas conduziram investigações sobre o incidente.

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