As sanções impostas pela China comprometeram a produção de drones de vigilância da maior fabricante dos EUA, que é também uma importante fornecedora das Forças Armadas da Ucrânia. A Skydio publicou uma nota, assinada pelo CEO Adam Bry, explicando que “o fornecimento de baterias será reduzido pelos próximos meses”, medida que impactará os clientes da empresa.
“Algumas semanas atrás, a China anunciou sanções à Skydio por vender drones para Taiwan, onde nosso único cliente hoje é a Agência Nacional de Incêndio”, disse Bry, que reafirmou o compromisso da companhia com os aliados do governo norte-americano, apesar do impacto da sanções. “Temos orgulho de apoiar operadores de infraestrutura crítica, socorristas e militares aliados em todo o mundo. Temos orgulho de apoiar Taiwan e não nos deixamos intimidar.”
No texto, ele afirma que as baterias estão entre os poucos componentes que a Skydio ainda importa da China. Embora o estoque seja grande, será iniciado um processo de racionamento, com apenas um item entregue a cada cliente. Paralelamente, ele afirma que está em busca de novos fornecedores, processo que deve ser concluído somente no segundo trimestre de 2025.
O CEO acusa a China de “usar as cadeias de suprimentos como uma arma para promover seus interesses sobre os nossos”. E sugere que a decisão de Beijing está atrelada à perda de mercado pela empresas chinesas, que antes dominavam o setor de drones e agora enfrentam concorrência crescente.
“Esta é uma tentativa de eliminar a principal empresa americana de drones e aprofundar a dependência mundial dos fornecedores chineses de drones”, afirma Bry no texto. “Não vai funcionar.”
De acordo com o jornal Financial Times, o executivo pediu a ajuda do governo norte-americano na tentativa de solucionar o problema. Ele chegou a se encontrar com o vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell, e com altos funcionários da Casa Branca para expor a situação.
Em Washington, existe a preocupação de que o problema force a suspenção do fornecimento dos drones de vigilância a Kiev, que recebeu mais de mil desses veículos aéreos e os utiliza na coleta de inteligência durante a guerra contra a Rússia.
A Skydio foi sancionada junto com outras duas companhias norte-americanas que fornecem equipamento de uso militar a Taiwan, a construtora naval-militar Huntington Ingalls Industries e a fabricante de drones militares Edge Autonomy Operations, segundo a revista Forbes.
O próprio Bry teve o nome incluído em uma relação de dez executivos sancionados. De acordo com Beijing, tanto as empresas quanto os indivíduos teriam suas “propriedades móveis e imóveis e outros tipos de ativos dentro da China congelados”.