No último ano, a China registrou seu período mais quente já documentado, segundo a agência meteorológica do país, enquanto o planeta enfrenta uma intensificação de eventos climáticos extremos causados pelas mudanças climáticas. As informações são do Hong Kong Free Press.
Sendo a maior emissora de gases de efeito estufa, a China contribui significativamente para o aquecimento global, de acordo com especialistas. No entanto, Beijing prometeu que suas emissões de dióxido de carbono alcançarão o pico em 2030 e serão reduzidas a zero líquido até 2060.
A temperatura média nacional em 2024 foi de 10,92 graus Celsius, superando a média em 1,03 grau. Segundo a Administração Meteorológica da China, esse foi “o ano mais quente desde o início dos registros completos em 1961”. A instituição também destacou que os últimos quatro anos foram os mais quentes já registrados, com os dez anos mais quentes ocorrendo no século XXI.
Este ano, a China também registrou recordes climáticos históricos, incluindo o mês de julho mais quente, o agosto mais quente e o outono mais quente já registrados.
Em uma mensagem de fim de ano, a ONU (Organização das Nações Unidas) alertaram que 2024 será o ano mais quente já documentado globalmente. O aquecimento global, intensificado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, não se limita ao aumento das temperaturas, mas desencadeia um efeito cascata de impactos no clima e nos oceanos.
Com o aumento do calor, o ar pode reter mais vapor d’água, e o aquecimento dos oceanos resulta em maior evaporação, gerando chuvas e tempestades mais intensas. Esses impactos abrangem diversos setores, causando destruição, mortes e prejuízos econômicos significativos, incluindo danos a propriedades e perdas na agricultura.
Na China, dezenas de mortes e milhares de evacuações ocorreram devido a inundações no último ano. Em maio, chuvas persistentes causaram o colapso de uma rodovia no sul do país, resultando em 48 mortes. Em Guangzhou, o verão foi excepcionalmente longo, com 240 dias registrando temperaturas acima de 22°C, superando o recorde anterior de 234 dias, alcançado em 1994.
Além disso, regiões como Sichuan, Chongqing e o curso médio do Rio Yangtze sofreram com calor extremo e secas no início do outono.
Globalmente, 2024 foi marcado por inundações mortais na Espanha e no Quênia, tempestades severas nos EUA e Filipinas, além de secas e incêndios florestais devastadores na América do Sul. Esses desastres naturais resultaram em perdas econômicas de US$ 310 bilhões, conforme relatado pela seguradora Swiss Re.
O Acordo de Paris de 2015 estabeleceu como meta limitar o aquecimento global a bem menos de 2 °C acima dos níveis pré-industriais, idealmente restringindo-o a 1,5 °C. No entanto, em novembro, a Organização Meteorológica Mundial revelou que, entre janeiro e setembro, a temperatura média da superfície terrestre já estava 1,54 °C acima da média pré-industrial (1850-1900).