Acusado de corrupção, ex-vice-ministro de Segurança chinês é condenado à prisão perpétua

Sun Lijun foi declarado culpado de liderar uma "panelinha política" e de ser desleal ao presidente Xi Jinping

O ex-vice-ministro da Segurança da China Sun Lijun foi condenado à prisão perpétua, nesta sexta-feira (23). Ele foi acusado de corrupção após capitanear uma “panelinha política” e mostrar deslealdade em relação ao presidente Xi Jinping, conforme noticiou a mídia estatal local. O alto funcionário havia sido condenado à pena de morte, mas a sentença foi comutada e ele deverá passar o resto da vida na cadeia, sem possibilidade de liberdade condicional. As informações são da agência Reuters.

De acordo com o tribunal, os crimes de Lijun incluem dar e receber subornos estimados em 646 milhões de yuans (cerca de R$ 470 milhões), manipulação do mercado de ações e porte ilegal de duas armas de fogo. Todos os seus bens pessoais e ganhos ilegais serão confiscados.

O condenado se beneficiou de diversas cadeiras que ocupou entre os anos de 2001 e 2020 para “ajudar”, por meio de pagamento de uma taxa, indivíduos e empresas a driblar a legislação. Em junho, ele havia se declarado culpado de aceitar os subornos.

Sun Lijun: prisão perpétua por acusações de corrupção, informou a mídia estatal (Foto: Twitter/reprodução)

A sentença veio na esteira das prisões feitas no início desta semana de cinco ex-chefes de polícia, envolvidos em outros esquemas de corrupção.

As condenações de altos funcionários pelas autoridades chinesas ocorrem a menos de um mês do 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC), uma importante reunião que acontece a cada cinco anos e em 2022 está marcada para 16 de outubro. É por ela que o presidente Xi Jinping espera trilhar o caminho para um terceiro mandato.

Como forma de lembrar os membros do partido de que devem ser leais, é tradição do PCC anunciar prisões ou condenações de funcionários de alto nível antes do congresso. Entre os detidos estão o ex-ministro da Justiça Fu Zhenghua e três ex-chefes de polícia das províncias de Xangai, Chongqing e Shanxi. A exemplo do que aconteceu com Lijun, ele podem ter as penas comutadas para prisão perpétua sem liberdade condicional após dois anos.

De acordo com o jornal South China Morning Post, a punição a Lijun “envia um sinal político claro ao aparato de segurança da China às vésperas do congresso do partido, exigindo sua lealdade a Xi em meio a uma grande revisão da liderança do sistema de segurança chinês”, segundo um professor de direito da Universidade Renmin de Beijing, que falou sob anonimato por conta da sensibilidade do assunto.

Tags: