Agência nuclear inicia segunda revisão de tratamento de água em Fukushima

A força-tarefa da Agência Internacional de Energia Atômica vai inspecionar a usina nuclear de Fukushima Daiichi em reuniões com autoridades japonesas

Uma equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) desembarcou no Japão para iniciar uma segunda avaliação do plano de despejo no oceano da água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima Daiichi, conforme relatado pela mídia local nesta terça-feira (23).

Durante sua visita, prevista para quarta-feira (24), a equipe realizará uma inspeção na usina de Fukushima Daiichi, localizada no nordeste do Japão, de acordo com a agência de notícias Kyodo News.

Além da inspeção, a equipe conduzirá discussões com o Ministério da Indústria, a operadora da usina, Tokyo Electric Power Company Holdings Inc., e a Autoridade de Regulação Nuclear, ao longo de sua missão, que se estenderá até sexta-feira (26).

Usina nuclear de Fukushima (Foto: WikiCommons)

A empresa deu início à liberação da água tratada, contendo trítio, no Oceano Pacífico em agosto de 2023, apesar das preocupações levantadas pela comunidade pesqueira local e pela China.

De acordo com funcionários japoneses e da AIEA, quase todos, exceto um poluente radioativo – o trítio – serão removidos dessa água antes de serem liberados. Eles dizem que isso não representa uma ameaça significativa – especificamente, apenas “insignificante” – à saúde humana ou ambiental. Alguns ambientalistas discordariam.

Na sexta-feira, o Japão anunciou o início do lançamento do quinto lote de água radioativa tratada no oceano, originária da usina nuclear danificada de Fukushima Daiichi.

Essa decisão, tomada por Tóquio em agosto do ano passado, gerou críticas, levando a China a impor uma proibição geral às importações de frutos do mar do Japão.

Com mais de 1 milhão de toneladas de água residual tratada, o processo de liberação está previsto para ocorrer ao longo de 30 anos.

A usina de Fukushima foi obrigada a fechar suas portas após enfrentar o pior acidente nuclear desde Chernobyl em 1986, desencadeado por um terremoto e tsunami em 2011.

Em abril de 2021, Tóquio anunciou um plano para liberar água tratada da usina nuclear de Fukushima no mar, como parte de seus esforços para desativar a usina danificada pelo tsunami de 2011, que inundou os reatores e causou uma série de explosões, forçando a evacuação de mais de 60 mil pessoas.

A liberação de toda a água do mar contaminada levará três décadas. 

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