Japão se prepara para liberar controverso lixo nuclear da usina de Fukushima

Tóquio planeja liberar água radioativa tratada da usina nuclear no mar entre o final de agosto e o início de setembro, apesar das objeções de pescadores locais e países vizinhos

O Japão anunciou nesta segunda-feira (7) que pretende liberar água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima no mar, entre o final de agosto e o início de setembro. A decisão está sendo tomada apesar da oposição de pescadores locais e de alguns países. As informações são da agência Anadolu.

O governo está considerando definir a data exata após a volta da primeira-ministra japonesa Fumiko Kishida de uma cúpula trilateral com os EUA e a Coreia do Sul em Camp David, em 20 de agosto.

Em abril de 2021, Tóquio anunciou um plano para liberar água tratada da usina nuclear de Fukushima no mar, como parte de seus esforços para desativar a usina danificada pelo tsunami de 2011, que inundou os reatores e causou uma série de explosões, forçando a evacuação de mais de 60 mil pessoas.

No entanto, essa medida tem enfrentado críticas significativas da China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Taiwan e também de organizações internacionais, incluindo a ONU (Organização das Nações Unidas).

Usina nuclear de Fukushima (Foto: WikiCommons)

Atualmente, o local da usina no nordeste do Japão possui cerca de 1,32 milhão de toneladas de água contaminada armazenada em mais de mil enormes tanques construídos pela companhia distribuidora de energia elétrica Tokyo Electric Power Company (TEPCO). Essa quantidade de água tratada é suficiente para encher mais de 500 piscinas olímpicas.

Apesar das preocupações e oposições, o plano do Japão prossegue, e aproximadamente 1,25 milhão de toneladas dessa água serão liberadas no mar após o devido tratamento.

No mês passado, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou um relatório que considerou o plano do Japão de liberar o lixo nuclear como tendo um impacto “insignificante” nas pessoas e no meio ambiente. O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, visitou os países vizinhos do Japão para defender esse relatório.

Apesar disso, é importante destacar que o órgão regulador nuclear não recomenda nem endossa a medida de liberar o lixo nuclear.

Beijing e Seul já denunciaram publicamente a medida, juntamente com o grupo Greenpeace Japão. Para a ONG ambientalista, a decisão é “totalmente injustificada” e os perigos da radiação seriam menores armazenando e processando a água a longo prazo. 

A liberação de toda a água do mar contaminada levará três décadas. 

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