China expande significativamente seu arsenal nuclear e acende alerta nos EUA

Relatório indica que Beijing está passando pela mais rápida expansão e modernização de suas forças nucleares na história, impulsionada pela competição estratégica com Washington

Não é de hoje que Beijing vem expandindo seu arsenal nuclear muito mais rapidamente do que o previsto. Mas um relatório recente do governo dos EUA, divulgado nesta semana, trouxe novas estimativas sobre o progresso nuclear da China, conectando esse avanço diretamente à crescente rivalidade entre Beijing e Washington. As informações são da Newsweek.

O segundo relatório desse tipo desde 2018 foi divulgado na terça-feira (22) pela Agência de Inteligência de Defesa (DIA), que pertence ao Departamento de Defesa dos EUA. O relatório aborda também os programas nucleares de países adversários como Rússia, Coreia do Norte e Irã, sendo que Teerã não é conhecida por ter desenvolvido uma ogiva nuclear.

Sob a liderança do presidente Xi Jinping, a China expandiu significativamente seu arsenal nuclear e suas forças convencionais. Em agosto, Xi enfatizou a importância de transformar o o Exército de Libertação Popular (ELP) em uma força militar de classe mundial, uma “tarefa estratégica” na construção de uma China socialista moderna.

Xi Jinping, presidente da China, na celebração do centenário do Partido Comunista Chinês (Foto: divulgação/cpc.people.com.cn

O documento destaca que a China está passando pela expansão e modernização mais rápida de suas forças nucleares, impulsionada por uma competição estratégica duradoura com os EUA e pela atualização de conceitos estratégicos antigos. A Agência de Inteligência de Defesa (DIA, da sigla em inglês) estima que a China mais que dobrou seu número de ogivas nucleares operacionais desde 2018, agora excedendo 500.

Embora Beijing ainda possua apenas uma fração das ogivas nucleares da Rússia e dos EUA, a DIA prevê que o número de ogivas da China mais que dobrará até 2030, uma previsão que está alinhada com o relatório de 2023 do Pentágono sobre o poder militar chinês. Para sustentar sua crescente capacidade de entrega nuclear, a China começou a construir centenas de silos, segundo a DIA.

A Força de Foguetes do exército chinês, que supervisiona as armas nucleares do país, está desenvolvendo mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês) mais avançados para reforçar sua frota de mísseis. Isso exige uma maior produção de ogivas nucleares para veículos de reentrada independentes e um crescimento geral da força, conforme o relatório. A Força de Foguetes também continua a produzir mísseis móveis, como o Dong Feng-26, capaz de realizar ataques convencionais e nucleares, inclusive contra bases militares dos EUA em Guam.

A China, sob a liderança de Xi Jinping, ampliou consideravelmente seu arsenal nuclear e forças convencionais, com a expectativa de dobrar suas ogivas nucleares até 2030. A Força de Foguetes chinesa está desenvolvendo ICBMs avançados e produziu mísseis móveis como o Dong Feng-26. A tríade nuclear da China foi reforçada com submarinos da classe Jin e o bombardeiro H-6N. Apesar de manter uma política de não primeiro uso de armas nucleares, a China poderia considerar um ataque nuclear se ameaçada.

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