China responde a sanções dos EUA com restrições de entrada para autoridades

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que Beijing já comunicou sua posição diretamente aos Estados Unidos

Em mais um capítulo da crescente rivalidade entre China e Estados Unidos, Beijing anunciou nesta terça-feira (10) que irá aplicar restrições de visto a autoridades norte-americanas, em resposta às sanções impostas por Washington a funcionários de Hong Kong. A medida é uma retaliação às ameaças de Washington de sancionar autoridades chinesas envolvidas na implementação da polêmica lei de segurança nacional em Hong Kong. As informações são do South China Morning Post.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, declarou que a decisão é uma resposta à “interferência grosseira” dos EUA nos assuntos internos do país, acusando Washington de violar princípios do direito internacional e normas básicas que regem as relações internacionais.

“Os Estados Unidos, ao usar questões relacionadas a Hong Kong para impor restrições arbitrárias de visto a autoridades chinesas, interferiram nos assuntos internos da China de maneira inaceitável”, afirmou Mao em uma coletiva de imprensa. A porta-voz também destacou que Beijing já havia comunicado sua posição diretamente ao governo norte-americano, exigindo que respeite a soberania chinesa e o sistema jurídico de Hong Kong.

Bandeiras dos EUA e da China lado a lado (Foto: U.S. Department of Agriculture/Flickr)

No mês passado, Washington anunciou que imporia novas sanções contra autoridades de Hong Kong envolvidas na execução da lei de segurança nacional na região semiautônoma. A decisão veio após a prisão de 45 indivíduos sob acusação de subversão, conforme reportado pela RTHK, uma das principais emissoras locais, relatou a Global Times. Em novembro, essas 45 pessoas foram condenadas por “conspirar para subverter o poder do Estado” e receberam penas de prisão que variam entre 50 meses e 10 anos em Hong Kong.

As tensões entre as duas potências aumentaram desde que a China implementou, em 2020, uma lei de segurança nacional que amplia o controle sobre Hong Kong, gerando críticas internacionais. Washington argumenta que a legislação viola a autonomia da região, prevista no acordo de 1997 que transferiu o território do Reino Unido para a China.

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