A prisão de um estudante chinês na Coreia do Sul por filmar ilegalmente um porta-aviões dos EUA revelou um possível caso de espionagem ligado ao Partido Comunista Chinês (PCC). O incidente ocorreu em 25 de junho, quando o USS Theodore Roosevelt estava ancorado na cidade portuária de Busan. As informações são da revista Newsweek.
O estudante, descrito como um “membro excelente” do PCC em 2021, fazia parte de um grupo de três chineses que usaram drones para capturar imagens de instalações militares. Autoridades suspeitam que os envolvidos atuavam sob coordenação de uma agência de inteligência chinesa. “Eles estavam organizados e em contato com oficiais de segurança pública da China”, apontou a investigação.

Além do Theodore Roosevelt, os suspeitos teriam filmado outros dois navios da Marinha dos EUA, incluindo o submarino nuclear USS Springfield e o porta-aviões USS Nimitz, durante visitas a Busan nos últimos anos.
A polícia sul-coreana encontrou centenas de fotos de instalações militares sul-coreanas e norte-americanas nos dispositivos dos suspeitos, indicando atividades de coleta de informações desde 2022.
Questionados, os estudantes alegaram que a filmagem foi feita “por curiosidade”. Entretanto, o comportamento organizado do grupo e a presença de contatos com autoridades chinesas em seus celulares levantaram suspeitas de espionagem. “Estamos monitorando atentamente atividades de inteligência de países como a China”, afirmou um oficial militar sul-coreano.
Se as acusações de espionagem forem comprovadas, os envolvidos poderão enfrentar prisão perpétua sob a acusação de traição, de acordo com a Lei de Proteção de Instalações Militares da Coreia do Sul.
O caso ganha relevância no contexto das crescentes tensões entre China e Estados Unidos, especialmente no Pacífico. A presença de porta-aviões norte-americanos em Busan simboliza o compromisso de Washington com a defesa da Coreia do Sul, onde mantém cerca de 28,5 mil tropas estacionadas como parte de um tratado de aliança militar.
Até o momento, os governos da China e dos EUA não comentaram oficialmente o caso. A investigação continua, e as autoridades sul-coreanas não descartam a possibilidade de mais envolvidos.