EUA incluíram Coreia do Sul em lista que tem países hostis como Irã e Coreia do Norte

Classificação ocorreu sob o governo de Joe Biden, após crise política e debate nuclear no país asiático aliado dos americanos

O Departamento de Energia dos EUA classificou a Coreia do Sul como um país “sensível” pouco antes do fim da administração Biden, em janeiro de 2025. A decisão, que passará a ter efeito em 15 de abril, ocorreu após o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol ter declarado brevemente lei marcial no país e em meio a especulações sobre uma possível intenção de Seul de desenvolver armas nucleares. As informações são da agência Reuters.

Na época, o governo Biden não explicou oficialmente as razões que levaram à inclusão da Coreia do Sul nessa lista, que já contava com países como China, Rússia, Israel, Taiwan, Irã e Coreia do Norte. Os casos mais sensíveis da relação são os de Teerã e Pyongyang, que são classificadas como nações “terrorista” por Washington.

Segundo o Departamento, a presença de um país nessa categoria não implica necessariamente uma relação adversarial, mas indica preocupações com segurança nacional, proliferação nuclear ou terrorismo. Assim como o governo Biden, o órgão estatal, consultado pela Reuters, não explicou o que justifica a presença sul-coreana na relação.

Yoon Suk-yeol, presidente afastado da Coreia do Sul (Foto: Republic of Korea/Flickr)

Apesar do status sensível, o Departamento de Energia americano esclareceu que a medida não impôs novas restrições às cooperações científicas e tecnológicas entre os dois países. “O Departamento de Energia aguarda colaborar com a Coreia do Sul para avançar interesses mútuos”, afirmou o órgão na ocasião.

Autoridades sul-coreanas, entretanto, receberam com preocupação a classificação feita pela administração Biden. O ministro das Relações Exteriores, Cho Tae-yul, afirmou à época que Seul não havia sido formalmente informada sobre a decisão pelos Estados Unidos e que o país agiria para garantir que não houvesse impacto negativo sobre as cooperações bilaterais.

“Nós vamos negociar ativamente para assegurar que não haja impactos negativos na cooperação em energia, ciência e tecnologia entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos”, destacou o Ministério das Relações Exteriores sul-coreano em comunicado.

Questionado sobre o debate nuclear no país, Cho foi evasivo. “Dado que as situações internacionais estão se desenvolvendo em direções imprevisíveis, esta é uma resposta baseada em princípios que devemos preparar para todos os cenários possíveis”, afirmou.

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