Armas nucleares na Coreia do Sul podem impactar relações com os EUA, diz autoridade

A chance de Donald Trump voltar à presidência e suas críticas à presença militar dos EUA na Coreia do Sul aumentaram o debate sobre armas nucleares no país

O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Shin Won-sik, afirmou que o país poderia romper sua aliança com os EUA e causar impacto nos mercados financeiros se começasse a desenvolver armas nucleares. As informações são da agência Reuters.

Ele rejeitou pedidos internos para que a Coreia do Sul crie seu próprio arsenal, apesar da rápida expansão das capacidades nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e das pressões de autoridades sul-coreanas e do partido conservador.

A perspectiva de um novo mandato para o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que criticou os custos da presença militar americana em território sul-coreano e iniciou negociações inéditas com Pyongyang, acirrou o debate sobre armas nucleares na Coreia do Sul.

Ministro da Defesa da Coreia do Sul, Shin Won-sik (Foto: Republic of Korea/Flickr)

Shin Won-sik, ex-general e membro do partido de Yoon, alertou que a criação de um arsenal nuclear nacional poderia ter consequências devastadoras para a diplomacia e a economia sul-coreanas, semelhantes às perdas significativas no mercado conhecidas como “Segunda-feira Negra” desta semana.

Shin destacou que o debate sobre dissuasão nuclear revela a preocupação dos sul-coreanos com a proteção americana. Ele defendeu que reforçar a dissuasão estendida dos EUA é a forma mais eficaz e pacífica de lidar com as ameaças do Norte.

Ele também afirmou que a intensificação da rivalidade EUA-China e a guerra na Ucrânia mudaram drasticamente o cenário pós-Guerra Fria, colocando a Coreia do Sul no centro da instabilidade e complicando suas estratégias.

Ao assinar um tratado de parceria estratégica com a Rússia este ano, a Coreia do Norte deixou de ser apenas uma preocupação regional na Ásia para se tornar um ator global controverso. Ao mesmo tempo, a Rússia comprometeu sua própria reputação ao recorrer a Pyongyang por ajuda e ao trair a comunidade internacional com sua guerra contra a Ucrânia, disse ele.

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