Facebook é acusado de usar conteúdo sem a remuneração exigida por lei na Austrália

Três produtoras de conteúdo dizem que a big tech se recusou a negociar, mas ainda assim usou o material produzido por elas

Três empresas de mídia acusam o Facebook de utilizar conteúdo delas sem uma contrapartida financeira. Os players alegam, ainda, que o governo australiano não agiu para coibir a atuação da big tech norte-americana no caso, embora a questão esteja prevista em lei. As informações são da agência Reuters.

Uma lei promulgada neste ano obriga empresas como Facebook e Google a pagar pelo uso de conteúdo produzido por terceiros. Muitos dos grandes portais de conteúdo locais assinaram contratos e asseguraram remuneração. Só que os menores veículos não entraram no acordo e, ainda assim, acusam as gigantes da tecnologia de continuar faturando com publicidade em cima do conteúdo deles.

Facebook é acusado de usar conteúdo sem a remuneração exigida por lei na Austrália
Plataforma de instalação do Facebook, março de 2021 (Foto: Divulgação/Souvik Banerjee)

Broadsheet Media, Urban List e Concrete Playground produzem conteúdo de entretenimento, cultura e estilo de vida. Os três veículos afirmam que o Facebook se recusou a negociar acordos de remuneração quando a lei foi divulgada, em fevereiro, mas não deixou de usar o material.

Ao ser abordado, o Facebook teria dito que o conteúdo das empresas é incompatível com o recém-lançado Facebook News e sugeriu que eles se candidatassem a doações provenientes de um fundo de US$ 11 milhões voltado a produtores de conteúdo regionais.

“Eles me disseram: ‘bem, você não vai ser incluído no News, que é o que gera remuneração”, disse Nick Shelton, fundador da Broadsheet Media. “Para nossa surpresa, acordamos numa manhã da semana passada e todo o nosso conteúdo estava lá”.

A legislação abraça empresas registradas como provedoras de notícias na Autoridade Australiana de Comunicações e Mídia, “com base em critérios que incluem o nível de ‘notícias essenciais’ produzidas”. Das três, apenas a Urban List atende a esse critério. As outras duas dizem buscar um acordo individual com a big tech norte-americana.

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