G20 no Rio: Índia apoia Brasil para superar divisões geopolíticas e promover mercados emergentes

O Brasil destacou como prioridades para as discussões na cúpula que ocorre na semana que vem o combate à fome e à pobreza, o desenvolvimento sustentável, a transição energética e a reforma das instituições globais

A Índia se comprometeu a apoiar o Brasil na busca por um consenso durante a reunião de líderes do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro. O evento, que reunirá as principais economias do mundo, ocorre em um contexto global de crescentes tensões geopolíticas, com o conflito entre Rússia e Ucrânia e a instabilidade no Oriente Médio dominando as discussões internacionais. As informações são do Times of India.

Amitabh Kant, sherpa do G20 da Índia, afirmou em entrevista ao veículo que o país fará o possível para apoiar o Brasil, “assim como o Brasil tem oferecido seu apoio à Índia”. “Faremos o melhor para ajudar e apoiar o Brasil, assim como o Brasil nos apoiou. Nossa missão é envolver os mercados emergentes e promover um diálogo construtivo”, disse Kant, destacando a importância de alavancar a cooperação entre as nações em desenvolvimento para enfrentar os desafios globais.

O encontro do G20 contará também com a presença da União Africana (UA) e da União Europeia (UE), buscando discutir temas centrais como a reforma da governança global, mudanças climáticas e questões relacionadas à dívida externa. No entanto, as tensões sobre a guerra na Ucrânia e as divisões sobre o Oriente Médio podem dificultar a construção de um consenso entre as potências globais.

Amitabh Kant (Foto: World Economic Forum/Flickr)

Entre os temas que dominarão as discussões, o Brasil colocou como prioridades o combate à fome e à pobreza, o desenvolvimento sustentável e a transição energética, além da reforma nas instituições globais. Kant também anunciou o lançamento da aliança global contra a fome e a pobreza, um projeto que a Índia tem apoiado de forma vigorosa junto com outros membros do grupo.

Com a participação do primeiro-ministro Narendra Modi na cúpula, a Índia se coloca como um ator-chave na mediação de soluções para as questões mais prementes do encontro, com foco em garantir que as economias emergentes tenham voz ativa na definição de políticas globais.

A Índia tem se destacado como líder do Sul Global, representando suas preocupações em fóruns internacionais. Durante os encontros em Nova Délhi, o país impulsionou iniciativas significativas em diversas áreas, como tecnologia e sustentabilidade, reforçando seu papel de liderança.

No campo do financiamento climático, Kant destaca que a Índia tem pressionado por um aumento substancial nos investimentos, propondo que os recursos passem de “bilhões para trilhões” de dólares. O país também defende a criação de um mecanismo global para monitorar as necessidades financeiras dos países em desenvolvimento, além de buscar um financiamento concessional de baixo custo para estas nações.

Além disso, segundo o alto funcionário, a Índia solicitará reformas no sistema de comércio multilateral, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), com o objetivo de “promover um crescimento econômico sustentável e um mundo mais inclusivo e próspero”.

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