Míssil intercontinental norte-coreano gera alertas de emergência no Japão

Devido ao disparo, população de Hokkaido avisada ​​para procurar abrigo dentro de prédios resistentes ou no subsolo

Autoridades japonesas emitiram um alerta de evacuação de emergência para os residentes da ilha de Hokkaido, no norte do país, após o lançamento de um míssil balístico norte-coreano nesta quinta-feira (13). Este foi o mais recente de uma série de testes que a Coreia do Norte realizou em 2023 em resposta aos exercícios militares entre os vizinhos sul-coreanos e os EUA, os quais vê como um ensaio para uma invasão. As informações são da rede Voice of America (VOA).

De acordo com a mídia japonesa, a população da ilha foi avisada ​​para procurar imediatamente abrigo dentro de prédios resistentes ou no subsolo. Alguns sistemas de transporte público foram temporariamente interrompidos.

Vinte minutos depois, o governo japonês retirou o alerta e o aviso de emergência, dizendo que não havia possibilidade de um míssil pousar na área de Hokkaido. Mais tarde, o ministro da Defesa do Japão, Yasukazu Hamada, disse que o míssil caiu fora do seu território.

Forças norte-coreanas conduzem o lançador de mísseis Hwasong-17 para seu local de lançamento no Aeroporto Internacional de Pyongyang (Foto: KCTV/Captura de tela)

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que o lançamento ocorreu na manhã de quinta-feira (horário local), percorrendo mil quilômetros antes de pousar no mar entre a Coreia e o Japão. O míssil seria de médio alcance ou mais longo.

Os militares sul-coreanos acreditam que Pyongyang tenha lançado um novo tipo de míssil balístico, possivelmente usando combustível sólido, disse um oficial de defesa. Seria o primeiro teste do gênero feito pelo país liderado por Kim Jong-un, o que significaria um avanço na estratégia de armamento do Norte, segundo Seul.

O Conselho de Segurança Nacional da Coreia do Sul chamou o lançamento de “uma grave violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas)”, que proíbe qualquer atividade de mísseis balísticos norte-coreanos.

Durante uma reunião militar na segunda-feira (10), Kim revisou os planos de ataque da linha de frente do país e vários documentos de combate e enfatizou a necessidade de reforçar sua dissuasão nuclear com “velocidade crescente de maneira mais prática e ofensiva”, de acordo com a Agência Central de Notícias da Coréia do Norte.

A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne Watson, disse que o último lançamento “aumenta desnecessariamente as tensões e corre o risco de desestabilizar a situação de segurança na região”.

Washington e aliados esperam que a Coreia do Norte prossiga com grandes testes de armas nas próximas semanas.

Por que isso importa?

As tensões entre a Coreia do Norte, seus vizinhos do sul e o Ocidente cresceram em setembro do ano passado, quando Jong-un declarou durante uma Assembleia Popular Suprema que seu país não abriria mão do armamento nuclear. No mesmo dia, a convenção aprovou uma lei que estabelece situações em que o líder supremo dos norte-coreanos teria poderes para ordenar um “ataque nuclear preventivo”.

Ao lado de EUA e Japão, a Coreia do Sul tem pressionado Pyongyang a evitar a proliferação de armas nucleares e a cooperar para manter a paz e a estabilidade na região. As negociações pela desnuclearização do país, porém, estão travadas desde 2019.

A Coreia do Norte quer que os EUA e aliados suspendam as sanções econômicas impostas a seu programa de armas. Até agora, o presidente Kim Jong-un recusou as tentativas de aproximação diplomática do líder norte-americano Joe Biden. A Casa Branca, por sua vez, diz que não fará concessões para que Pyongyang volte às negociações.

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