Número oficial de mortos pelo ciclone Mocha em Mianmar sobe para 145

Pelo menos 800 mil pessoas precisam de ajuda alimentar de emergência e outros tipos de assistência

O poderoso ciclone Mocha, que atingiu no domingo (14) a costa entre Bangladesh e o município de Kyaukpyu, em Mianmar, matou pelo menos 145 pessoas em ambos os países vizinhos, disse a junta militar birmanesa em comunicado divulgado nesta sexta-feira (19). As informações são da rede BBC.

O governo informou que, até 18 de maio, um total de 145 pessoas foram encontradas mortas, sendo 91 delas em campos para deslocados internos. No início desta semana, as autoridades militares haviam relatado três mortes causadas pela tempestade.

Durante a semana, um grupo humanitário que atua na região afetada relatou que centenas de pessoas haviam perdido a vida.

Estado de Rakhine está arrasado pelo conflito, empobrecido e isolado (Foto: Ocha/Pierre Lorioux)

Um dos locais mais atingidos foi o estado de Rakhine, arrasado pelo conflito, empobrecido e isolado. A área, que tem milhares de deslocados pela violência política generalizada nos últimos anos, abriga uma considerável população de cerca de 600 mil refugiados Rohingya, uma minoria muçulmana perseguida, que os governos sucessivos em Mianmar, predominantemente budista, têm se recusado a reconhecer.

“Grupos de socorro estão trabalhando em resgates e trabalhos de reabilitação junto com grupos de caridade da sociedade civil”, disse o governo militar em comunicado compartilhado em seus canais no Telegram e na mídia estatal.

Porém, a ONU (Organização das Nações Unidas) e outras organizações não governamentais afirmaram que os esforços de assistência foram interrompidos aguardando a permissão das autoridades militares para enviar equipes, bem como alimentos, água e suprimentos médicos necessários para as áreas afetadas.

De acordo com a ONU, pelo menos 800 mil pessoas necessitam de assistência alimentar de emergência e outros tipos de auxílio. As principais necessidades identificadas são abrigo, água potável, saneamento e suprimentos médicos. A situação exige esforços urgentes de limpeza, reconstrução e assistência humanitária.

Segundo Anthea Webb, vice-diretora regional do Programa Mundial de Alimentos (PMA) para a Ásia e o Pacífico, o ciclone resultou em “habitações devastadas, estradas bloqueadas por árvores caídas, hospitais e escolas destruídos, e interrupções graves nas telecomunicações e nas linhas de energia”.

Antes do ciclone atingir a região, aproximadamente 400 mil pessoas foram evacuadas em Mianmar e Bangladesh, à medida que as autoridades trabalhavam arduamente para prevenir perdas significativas devido a uma das tempestades mais intensas dos últimos anos a afetar a área.

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