Paquistão busca apoio da China para ingressar no banco BRICS em meio à provável objeção da Índia

A entrada de Islamabad no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) pode reduzir a dependência do FMI e Banco Mundial, com o apoio estratégico da China

O Paquistão intensificou esforços para garantir sua entrada no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), ligado ao BRICS, buscando o apoio estratégico da China. A adesão do país enfrenta provável resistência da Índia, um dos cinco membros fundadores do banco, mas Beijing é vista como peça-chave para facilitar a aprovação de Islamabad. As informações são do Nikkei.

Criado em 2015 pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o NDB financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento em economias emergentes, oferecendo uma alternativa à ordem financeira global liderada pelo Ocidente. Novos membros como Egito, Bangladesh, Argélia e Emirados Árabes Unidos já integram o banco com participações menores.

(Imagem: WikiCommons)

O ministro das Finanças do Paquistão, Muhammad Aurangzeb, reuniu-se com o vice-ministro das Finanças da China, Liao Min, durante encontros do FMI e Banco Mundial em Washington, destacando o apoio de Beijing como fundamental para a adesão do país ao NDB.

Especialistas apontam que, apesar de contratempos nos projetos da Nova Rota da Seda (BRI, na sigla em inglês, de Belt And Road Initiative) no Paquistão, incluindo atrasos de pagamentos e questões de segurança, a China deve apoiar Islamabad. Até o momento, Beijing investiu US$ 25,4 bilhões no Corredor Econômico China-Paquistão.

“A entrada no NDB permite ao Paquistão diversificar suas fontes de crédito, reduzindo a dependência do FMI e Banco Mundial, além de oferecer acesso rápido e menos condicionado a fundos de infraestrutura”, afirma Muhammad Shoaib, pesquisador na Universidade George Mason.

A adesão exige aprovação de pelo menos quatro dos cinco membros fundadores. Embora a Índia seja histórica opositora da inclusão do Paquistão, o apoio da China pode convencer Brasil, Rússia e África do Sul a aprovar a entrada de Islamabad.

Com isso, o Paquistão busca fortalecer sua posição econômica, acelerar projetos de infraestrutura e aproveitar a influência estratégica da China dentro do NDB.

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