Polícia indonésia prende 53 supostos militantes de nova célula ligada à Al-Qaeda

Os suspeitos teriam ligações a uma nova célula do grupo, a Jemaah Islamiyah (JI), organização baseada no país

A polícia indonésia informou nesta quinta-feira (19) que prendeu nas últimas semanas pelo menos 53 supostos militantes extremistas ligados à Al-Qaeda, informou a emissora indiana News 18. Os suspeitos teriam ligações com uma nova célula do grupo, a Jemaah Islamiyah (JI), organização baseada no país e considerada responsável por uma série de atentados anteriores.

As prisões ocorreram em 11 províncias nos últimas 15 dias, sendo cinco homens detidos somente na quinta, disse o porta-voz da Polícia Nacional Ahmad Ramadhan. A maioria deles é suspeita de integrar o JI, grupo associado à Al-Qaeda responsável pelos atentados de 2002 em Bali que resultaram na morte de 202 pessoas, a maioria turistas estrangeiros, além de outros ataques.

A organização foi proibida por um tribunal em 2008 e acabou enfraquecida por uma repressão contínua da polícia anti-terrorismo em ação no país, que contou com reforço dos EUA e da Austrália.

Unidade tática da polícia anti-terrorista da Indonésia (Foto: Wikimedia Commons)

De acordo com Ramadhan, a investigação seguiu pistas de que líderes condenados e combatentes veteranos no Afeganistão estavam recrutando e treinando novos membros para ingressarem no movimento jihadista.

“Ainda estamos procurando por outros membros e continuamos a caçá-los. Não haverá lugar para JI na Indonésia”, afirmou o porta-voz, que não entrou em detalhes sobre o que o grupo estava planejando.

Novo foco extremista

As autoridades da Indonésia prenderam em dezembro de 2020 cerca de 20 supostos membros do JI na província de Lampung, na ilha de Sumatra, incluindo o líder militar do grupo, Zulkarnaen, procurado há mais de 18 anos.

Ataques extremistas contra estrangeiros deram lugar nos últimos anos a ataques menores e menos mortais visando agentes do governo, principalmente a polícia, forças antiterrorismo e civis tidos como “infiéis”. O método atual de atentados tem inspiração nos ataques de grupos do Estado Islâmico (EI) no exterior.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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