O imbróglio jurídico envolvendo o extremista islâmico indonésio Riduan Hambali Isamuddin terminou no dia 18. O Pentágono deu início ao processo contra Hambali pela participação nos atentados de 2002, em Bali, e 2003, contra um hotel em Jacarta.
A condenação ocorre quase 18 anos depois da captura do acusado, com outros dois extremistas, na Tailândia. Nos últimos 14 anos, Hambali permaneceu em uma prisão de segurança máxima na Baía de Guantánamo, em Cuba.
Hambali liderou o grupo jihadista indonésio Jemaah Islamiyah, considerado o principal representante da Al-Qaeda no sudeste asiático. O grupo realizou o atentado a bomba contra uma casa noturna em Bali, em 12 de outubro de 2002, matando 202 pessoas.

No ano seguinte, em 5 de agosto, os extremistas atacaram o hotel JW Marriott, em Jacarta. A invasão terminou com 12 mortos.
Além de Hambali, os cidadãos malaios Mohammed Nazir Bin Lep e Mohammed Farik Bin Amin também são acusados pelos EUA. As acusações incluem conspiração, assassinato, tentativa de homicídio e terrorismo, disse o jornal “South China Morning Post”, de Hong Kong.
Outros crimes como ataques a civis, destruição de propriedade e lesão corporal grave também estão na lista. Não foi divulgado o motivo pelo qual acusações foram feitas apenas neste ano, mas há tentativas de soltura por parte da defesa do indonésio desde 2016.
Além de Hambali, a prisão de Guantánamo inclui outros 40 articuladores de atentados terroristas, como o mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001, Khalid Sheikh Mohammed. No auge, cerca de 780 detidos foram mantidos no local – a maioria já extraditada.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.