Chanceler da China adverte que ‘atividades separatistas’ de Taiwan prejudicam a paz

As declarações de Wang Yi ocorrem um dia após a posse de Lai Ching-te como presidente de Taiwan, a quem o ministro das Relações Exteriores chinês chamou de "vergonhoso"

Nesta terça-feira (21), a China manifestou sua preocupação em relação às “atividades separatistas” em território taiwanês, as quais considera altamente prejudiciais para a paz. Isso ocorreu um dia após o novo líder eleito de Taiwan apelar para que Beijing “pare de ameaçar” a ilha. As informações são da agência Anadolu.

Durante uma cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) em Astana, capital do Cazaquistão, o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, destacou que a questão da ilha semiautônoma é de extrema importância para a China. Ele enfatizou que as “atividades separatistas pela independência de Taiwan” são o fator mais prejudicial para a paz no Estreito de Taiwan.

Wang Yi também criticou o comportamento de Lai Ching-te, o presidente taiwanês, e outros, a quem acusa de trair a nação e os antepassados. Ele afirmou que, apesar dos esforços contrários, a China está determinada a alcançar a reunificação completa e que a ilha eventualmente “retornará ao seio da pátria mãe”.

O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi (Foto: WikiCommons)

O chefe da pasta de Relações Exteriores ainda chamou o recém-empossado presidente taiwanês de “vergonhoso”, intensificando a retórica de Beijing apenas um dia após sua posse, repercutiu a agência Reuters.

Lai, do Partido Democrático Progressista, iniciou seu mandato como oitavo presidente de Taiwan na segunda-feira (20), sucedendo Tsai Ing-wen, a primeira mulher a chefiar o Executivo da ilha. Em seu discurso de posse, o novo líder pediu à China que cesse as atividades militares no Estreito de Taiwan e inicie o diálogo.

Wang Yi respondeu dizendo que “todos os ‘separatistas da independência de Taiwan’ serão pregados no pilar da vergonha da história”. Ele acrescentou que os países membros da OCX aderem às normas básicas das relações internacionais e “respeitam resolutamente o princípio de Uma Só China”.

Wang Yi mostrou confiança de que os membros da OCX continuarão apoiando a “causa justa” do povo chinês de se opor às “atividades separatistas da independência de Taiwan” e de lutar pela reunificação nacional.

Enquanto isso, a China proibiu a entrada do ex-legislador norte-americano Mike Gallagher, informou a mídia estatal. Gallagher, um republicano, é conhecido por suas críticas à China e apoio a Taiwan.

As sanções também incluem o congelamento de seus bens móveis e imóveis na China e a proibição de que organizações e indivíduos chineses realizem transações, cooperação e outras atividades com ele.

Autonomia

Taiwan é uma questão territorial sensível para a China, e a queda de braço entre Beijing e o Ocidente por conta da pretensa autonomia da ilha gera um ambiente tenso, com a ameaça crescente de uma invasão pelas Forças Armadas chinesas a fim de anexar formalmente o território taiwanês.

Nações estrangeiras que tratem a ilha como país autônomo estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio “Uma Só China“, que também vê Hong Kong como parte da nação chinesa.

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