Sri Lanka descarta ampliar usina a carvão e coloca em xeque acordo com chineses

Usina de Norochcholai tem aprovado um projeto de ampliação que seria coordenado por uma empresa da China

O Sri Lanka descartou a possibilidade de voltar a investir na construção ou ampliação de usinas de energia a carvão, informa o jornal local Sunday Times. O presidente Gotabaya Rajapaksa afirmou que não pretende “virar piada” ante à opinião pública mundial e que, daqui para a frente, o país focará os investimentos em fontes de energia limpas.

O diplomata sênior da China, Yang Jiechi, e o presidente do Sri Lanka Gotabaya Rajapaksa, outubro de 2020 (Foto: Reprodução/Twitter)

A decisão ameaça o acordo para ampliação da usina a carvão de Norochcholai, no distrito de Putallam, cuja obra foi entregue sem licitação à chinesa CMEC (Corporação de Engenharia e Maquinário, da sigla em inglês).

Os investidores chineses já teriam iniciado os trâmites burocráticos, entre eles a preparação de um relatório de impacto ambiental. A obra prevê a criação de uma quarta unidade para geração de 300 megawatts de energia através da queima de carvão.

Rajapaksa manifestou sua oposição ao projeto em reunião do CEB (Conselho de Energia do Ceilão, da sigla em inglês). Segundo ele, a intenção é de que 70% da eletricidade necessária nacionalmente seja gerada por meio de energia renovável até o ano de 2030.

Objetivo distante

Para atingir a meta traçada pelo presidente, seria necessário que 950 megawatts de energia fossem gerados por fontes limpas. Isso pressupõe a substituição das usinas que funcionam atualmente.

O país, porém, tem concentrado seus esforços energéticos no GNL (gás natural liquefeito), que não é considerado uma energia limpa. Uma usina a GNL está em construção em Kerawalapitiya, na Província Ocidental do país, e outra estaria nos planos. Juntas, elas seriam responsáveis por gerar 700 megawatts.

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