As restrições causadas pela Covid-19 causaram a primeira contração desde 1999 no PIB (Produto Interno Bruto) da Indonésia, informou nesta quarta (5) a Al-Jazeera. O encolhimento, de 5,32%, foi superior à expectativa para o segundo trimestre, ante o mesmo período de 2019.
Economistas consultados pela agência Reuters apostavam em uma queda de 4,61%. Porém, a diminuição na demanda por consumo e nas atividades comerciais frustraram as estimativas.
Comparado com o trimestre janeiro-março, a contração foi de 4,19%, com ajuste não sazonal.
As ações da Indonésia ficaram negativas após a divulgação dos números econômicos. O índice de referência despencou para quase 0,3% enquanto rúpia, moeda local, permaneceu estável em relação ao dólar.
Tentativa de retomada
Com a restrição de gastos familiares, atraso de investimentos empresariais e redução na demanda global de exportações, o Banco Central indonésio busca soluções.
A primeira medida foi a divulgação de um esquema de monetização de dívidas, no valor de US$ 40 bilhões. O BC se comprometeu a comprar US$ 28 bilhões em títulos do governo e renunciar ao pagamento de juros.
As principais taxas de juros foram cortadas quatro vezes em 2020 e uma taxa de referência foi adotada, como forma de impulsionar alguma reação da economia local.
Para os analistas do banco holandês ING, as medidas serão insuficientes, já que a economia indonésia deve continuar em recessão no terceiro trimestre. A estimativa é queda de 5,1% no PIB local, na comparação com o mesmo período de 2019.
Para o banco, as medidas apenas “pressionam as autoridades fiscais e monetárias da Indonésia a fornecer mais estímulo para reforçar o momento de crescimento cada vez menor”, segundo nota à Al-Jazeera.