Malásia e Singapura voltaram atrás e decidiram fazer novos testes após o anúncio do Instituto Butantan, em São Paulo, sobre a eficácia de 50,4% da chinesa Sinovac Biotech, nesta quarta (13).
Segundo a Reuters, os dois países decidiram adiar o início das campanhas de vacinação para verificar novamente a segurança e eficiência das doses.
O governo da Malásia informou que só seguirá com a compra se os órgãos reguladores nacionais atestarem os próprios padrões sanitários. A nação asiática reservou 14 milhões de vacinas com a Sinovac e assinou um acordo de transferência de tecnologia, que lhe permite fabricar as próprias doses.
Já Singapura, o único país de alta renda a fechar com a farmacêutica chinesa, afirmou que vai aguardar novos testes até decidir se fechará negócio com a Sinovac. Temendo possíveis prejuízos, a companhia questionou os dados brasileiros.
“Os resultados dos ensaios clínicos de Fase III são suficientes para provar que a segurança e eficácia da vacina Coronavac são boas em todo o mundo”, disse o presidente da Sinovac, Yin Weidong, em entrevista coletiva.
Segundo Yin, os países não seguem protocolos idênticos de testes, embora usem o mesmo lote de vacinas nos experimentos. Antes, divulgações de testes da Sinovac levantaram preocupação por apontar que as vacinas chinesas não são pressionadas a manter a mesma transparência nos protocolos que as fabricadas em países ocidentais.
Eficácia de 50,4%
Na terça (12), o Instituto Butantan anunciou que sua última pesquisa demonstrou que a vacina chinesa tem 50,4% de eficácia na prevenção de infecções sintomáticas e incluiu dados sobre casos “muito leves”.
A divulgação levantou suspeitas na comunidade científica. Na semana anterior o governo de São Paulo e Butantan anunciaram que a Coronavac possuía 78% de proteção para casos leves e moderados, mas não havia divulgado o dado geral, mais baixo.
Até agora, a Indonésia é o único país a lançar campanha de vacinação com a Coronavac. O presidente Joko Widodo foi o primeiro imunizado, na segunda-feira (11).
A Tailândia já encomendou dois milhões de doses e deve iniciar a campanha de vacinação em fevereiro. A nação afirmou que confiará nos dados da Sinovac.