A Opas (Organização Panamericana de Saúde) vem pedindo às autoridades da Nicarágua que adotem medidas de distanciamento social para conter o novo coronavírus.
Quase seis meses depois dos primeiros casos na China, o governo de Daniel Ortega continua ignorando as recomendações de especialistas e organizações de saúde.
Escolas e espaços públicos nicaraguenses continuam abertos. Algumas medidas foram tomadas por agentes privados, como distanciamento em eventos pagos. Até o final de abril, não havia sequer incentivo ao uso de máscaras nos hospitais locais.
Os órgãos internacionais não têm recebido estatísticas atualizadas sobre o avanço da doença no país. Oficialmente, são 885 casos e 35 mortos. Grupos independentes estimam cerca de quatro mil contaminados e ao menos 800 óbitos.
Em maio, o diretor de emergências da Opas, Ciro Ugarte, já havia se queixado da falta de dados do país. Na ocasião, enfatizou que a Nicarágua, como signatária do RSI (Regulamento Sanitário Internacional), tinha a obrigação de enviar as informações.
A vizinha Costa Rica também manifestou forte desagravo com a conduta do governo Ortega. Em carta enviada à Opas, deputados do Congresso unicameral costarriquenho pediram uma “avaliação externa” da conduta de Manágua durante a crise sanitária.