Os protestos que movimentaram diversas cidades da Holanda desde o último domingo perderam força nesta terça-feira (26). Decretos de emergência e uso de tropas de choque contiveram milhares de manifestantes.
Os comícios pediam pelo fim do toque de recolher imposto no sábado (23), medida para evitar o avanço de contágios da Covid-19 no país. Mais de 500 pessoas foram detidas nos três dias de manifestações, disseram autoridades.
Em algumas regiões, o comércio fechou mais cedo. O governo concedeu maior poder às Forças Armadas em resposta aos protestos. O uso da força não foi necessário, disse o chefe da Polícia Nacional, Willem Woelders, à Reuters.

“Foi realmente diferente da noite de segunda-feira”, afirmou. Segundo ele, a dispersão de milhares reunidos nas ruas de Amsterdã e Hilversum foi pacífica assim que o toque de recolher entrou em vigor às 21h (16h no horário de Brasília).
Os protestos atingiram o ápice na noite de segunda-feira, quando os manifestantes incendiaram veículos, atiraram pedras e promoveram saques generalizados em diversas regiões do país.
Em Amsterdã, grupos de jovens lançaram fogos de artifício, quebraram vitrines e atacaram um comboio da polícia. Dez policiais ficaram feridos em Rotterdã ao tentar conter 60 pessoas que invadiram um supermercado no centro da cidade.
Ook de Primera in Den Bosch is geplunderd. #DenBosch #avondklokrellen pic.twitter.com/Xj6U6XEeMq
— NieuwsUpdatesNL (@NieuwsUpdatesNL) January 25, 2021
Preocupação com Covid-19
Essa foi a primeira vez que a Holanda implantou um toque de recolher desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Apesar da redução de novos casos, o país vive um pico de contágios desde o final de dezembro.
O governo manifestou preocupação com a mutação do vírus identificada no Reino Unido. Escolas e lojas não essenciais já estão fechadas desde o início de dezembro, quando um novo surto de Covid-19 explodiu na Europa.
Bares e restaurantes seguem fechados desde outubro. Apesar dos protestos na Holanda, o bloqueio deve permanecer em vigor até 9 de fevereiro.