Mais um tártaro é detido na Crimeia por autoridades russas

Homem preso pela agência de segurança é testemunha de defesa de Mustafa Dzhemilev, ativista veterano e líder tártaro

Após a prisão no domingo (5) de Nariman Dzhelal, líder tártaro na Crimeia, pela FSB (Agência de Segurança Federal da Rússia, da sigla em inglês), autoridades russas na região prenderam outro membro do grupo étnico na terça-feira (7), informou a Radio Free Europe. Eldar Menseitov foi detido pela polícia após ter sua casa revistada na cidade de Molodizhne, perto da capital Simferopol.

Menseitov é testemunha de defesa no julgamento de outro proeminente líder tártaro na região anexada pela Rússia, o veterano político e ativista Mustafa Dzhemilev, acusado de atravessar a fronteira ilegalmente e de porte irregular de arma de fogo. Dzhemilev, parlamentar na Ucrânia, nega as acusações, tidas pelos seus apoiadores como de motivação política.

O homem preso é testemunha de defesa de Mustafa Dzhemilev, político, ativista e veterano líder tártaro da Crimeia (Foto: Katarzyna Czerwińska/Wikimedia Commons)

A ouvidora ucraniana Lyudmyla Denisova classificou o ato como uma continuação da “prática russa de repressão vergonhosa do povo tártaro da Crimeia”. “Exijo que a Federação Russa pare imediatamente de perseguir os povos nativos da Península da Crimeia e liberte todos os cidadãos da Ucrânia detidos ilegalmente”, escreveu ela em uma publicação no Facebook.

Menseitov foi vice-presidente do Mejlis, órgão diretivo nacional tártaro, cargo atualmente ocupado por Dzhelal. A entidade foi rotulada pelo Kremlin em 2016 como “extremista” e teve suas ações proibidas pelo governo.

Sabotagem em gasoduto

A detenção de Menseitov aconteceu no mesmo dia em que a FSB acusou publicamente de sabotagem Dzhelal e outros quatro tártaros da Crimeia detidos no fim de semana.

O órgão governamental russo apontou na terça-feira (7) o serviço de inteligência militar ucraniano e o Mejlis de conspirarem para explodir um gasoduto nos arredores da cidade de Simferopol no fim de agosto. De acordo com a agência de Moscou, uma recompensa de US$ 2 mil (cerca de R$ 10,5 mil) foi oferecida para os homens que instalassem um dispositivo explosivo na tubulação.

Um dia antes, a Ucrânia rejeitou as acusações contra os cinco homens e afirmou terem sido forjadas.

Por que isso importa?

Desde a anexação da Crimeia pela Rússia, considerada ilegal pela ONU (Organização das Nações Unidas), instituições de direitos humanos denunciam a resposta agressiva de Moscou aos ativistas da região. Segundo o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, há relatos de prisões “motivadas politicamente” todos os dias.

O governo russo também apoia os separatistas que enfrentam as forças de Kiev na região leste da Ucrânia desde abril de 2014. O conflito já matou mais de 13 mil pessoas.

Washington é considerado o principal aliado de Kiev desde que a Rússia anexou a Crimeia e o conflito no leste da 





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