O governo da Índia negou visto a equipes de uma comissão independente que atua no Congresso dos Estados Unidos, após uma denúncia sobre liberdade religiosa. A informação é do jornal indiano The Indian Express.
Em abril, a USCIRF (Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA, em português) recomendou que o governo designasse a Índia como “país de particular preocupação”.
A liberdade religiosa no país tinha teria drasticamente, com minorias religiosas sob crescente agressão. O governo do primeiro-ministro Narendra Modi tem aumentado políticas de favorecimento à maioria hinduísta no país.
A Índia foi colocada pela comissão ao lado de Coreia do Norte, Paquistão, China, Arábia Saudita, entre outros países. O motivo seria por “se envolverem e tolerarem violações sistemáticas, contínuas e flagrantes da liberdade religiosa, conforme definido pela Lei Internacional da Liberdade Religiosa”.
Desde 2004, a comissão não fazia uma recomendação semelhante ao governo norte-americano. O relatório da USCIFR cita também o ministro do Interior, Amit Shah, que se referiu a migrantes como “cupins” a serem erradicados.
Resposta
Quando o relatório foi divulgado, a Índia se manifestou, afirmando que os comentários “tendenciosos” contra o país não eram novos, mas que haviam atingidos novos níveis de “deturpação”.
Mais recentemente, o governo decidiu negar os vistos à membros da comissão. A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores Subrahmanyam Jaishankar, em uma carta ao deputado Nishikant Dubey.
Segundo o ministro, os vistos foram negados a equipe pelo governo não ver a legitimidade “de uma unidade estrangeira como a USCIRF para se pronunciar sobre o estado dos direitos constitucionalmente protegidos dos cidadãos indianos”.
Para Jaishankar, a comissão é conhecida por comentários “preconceituosos, imprecisos e enganosos” sobre a liberdade religiosa na Índia. O país não aceitará interferência externa ou pronunciamentos sobre os direitos dos indianos, concluiu o ministro.