A visita do primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, ao Sri Lanka, nesta terça e quarta-feira (24), tem como objetivo aproximar as relações bilaterais entre os países.
Esse contato também serve como forma de provocar a Índia, já que o Sri Lanka tem se tornado um ponto estratégico geopolítico na disputa sino-indiana.
Pelas águas do Índico próximas a ilha passa cerca de 80% da energia que chega de outros países à Índia e à China, além de metade dos carregamentos mundiais de petróleo.
A aproximação do presidente, Gotabaya Rajapaksa, e seu irmão e primeiro-ministro, Mahinda, do governo chinês é um sinal de alerta para a Índia, parceira de longa data do Sri Lanka.
No encontro bilateral, os representantes assinaram sete acordos. Os países ainda apresentaram uma proposta de inclusão ao CPEC (Corredor Econômico China-Paquistão). A iniciativa teria como objetivo aumentar o comércio e a conectividade na região, segundo o jornal indiano “The Hindu”.
Contato crescente
Os laços comerciais entre as duas nações asiáticas ainda são tímidos. Em 2020, Paquistão e Sri Lanka registraram trocas de apenas US$ 359 milhões em comércio bilateral, de acordo com a emissora catari Al-Jazeera.
Os acordos assinados por paquistaneses e cingaleses abordam áreas como turismo, tecnologia, relações parlamentares, cultura, esportes e comércio, afirmou um funcionário do governo do Paquistão ao jornal saudita “Arab News”.
“É uma visita histórica”, apontou o secretário de imprensa de Rajapaksa, Rohan Welliwita. No Twitter, Khan celebrou o encontro. “Concordo que os laços cooperativos entre nossas nações estão prestes a crescer e se fortalecer”, escreveu.
O encontro com Colombo foi o primeiro desde que o primeiro-ministro paquistanês assumiu o posto, em 2018. Os países se aproximaram nos estágios finais da guerra civil do Sri Lanka, entre 1983 e 2009, quando o Paquistão ofereceu treinamentos militares.
Khan tem oferecido seu apoio aos irmãos Rajapaksa mesmo em face de suas campanhas de perseguição à minoria muçulmana do país, que corresponde a 10% dos 21,8 milhões de habitantes.
Desde que subiram ao poder, os Rajapaksa reduziram os direitos civis e amplificam o nacionalismo budista cingalês, à direita no espectro político.