A aliança PDM (Movimento Democrático do Paquistão, em inglês) já reúne milhares em pressão à renúncia do primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan.
O maior comício desde a formação do grupo, em setembro, ocorreu nesta segunda (14), em Lahore, maior cidade do país, reportou a emissora Voice Of Asia.
O movimento envolve 11 partidos de oposição e promete continuar com os protestos caso o premiê não renuncie até o final de janeiro. O grupo alega que o governo atual, eleito em 2018, fraudou as eleições para instalar Khan.
As lideranças aliadas ao primeiro-ministro têm o apoio do Exército paquistanês e um das principais agências de inteligência nacionais, a ISI (Inter Services Intelligence).
Como consequência, a oposição responsabiliza essas instituições pelos problemas econômicos do país, como o aumento da inflação e do desemprego, além das baixas taxas de crescimento.
“Imran Khan é o único responsável? Ou aqueles que roubaram seu voto e o levaram ao poder?”, afirmou Nawaz Sharif, ex-primeiro-ministro deposto em 1993 e 2017 após escândalos de corrupção.
O Exército domina a política local desde a independência do Paquistão, em 1947. A instituição esteve envolvida nos quatro golpes de Estado e é conhecida pela forte ingerência em assuntos de política externa.
Também é comum que militares se envolvam, muitas vezes sem consulta ao Executivo e ao Legislativo, em questões sobre a região da Caxemira. O local é disputado com a Índia desde a partilha do antigo Raj britânico.
Khan pede “adiamento”
Khan criticou os protestos. Segundo ele, a ocupação dos leitos hospitalares disparou após as manifestações. “Seus comícios não vão prejudicar o governo, vocês só estão colocando a vida das pessoas em risco”, disse, em referência à Covid-19.
Khan pediu ainda que a aliança “adiasse os comícios” por alguns meses para conter a pandemia. Para a oposição, o coronavírus é mera desculpa. Opositores já instaram que todas as atividades do país, como transporte público, comércio e casamentos, continuem.
Khan aponta os opositores como um “grupo de saqueadores das riquezas do país”. “Agora eles reclamam pois estão sendo responsabilizados”, apontou o líder do país asiático de 212 milhões de habitantes.